Fundo de Quintal perde Bira Presidente e samba entra em luto

A morte de Bira Presidente, aos 88 anos, encerra um dos ciclos mais emblemáticos da história do samba. Fundador do bloco Cacique de Ramos e um dos criadores do Fundo de Quintal, ele foi protagonista de uma renovação profunda na roda de samba brasileira. A notícia do falecimento, ocorrida na noite de sábado (14), em um hospital na Barra da Tijuca, mobilizou sambistas, fãs e artistas que reconheceram sua contribuição inestimável à cultura popular.

Pontos Principais:

  • Bira Presidente morreu no Rio aos 88 anos, por câncer de próstata e Alzheimer.
  • Ele fundou o Cacique de Ramos e foi um dos criadores do Fundo de Quintal.
  • Artistas como Fátima Bernardes, Marcelo D2 e Belo prestaram homenagens.
  • O músico é reconhecido por sua ética e papel central na evolução do samba.

Bira enfrentava complicações decorrentes de um câncer de próstata e do avanço do Alzheimer. Ele morreu às 23h55 no Hospital da Unimed Ferj. Sua morte foi confirmada em nota conjunta do Cacique de Ramos e do grupo Fundo de Quintal, destacando não apenas sua trajetória artística, mas o impacto que causou como líder e referência dentro da tradição do samba carioca e nacional.

A morte de Bira Presidente aos 88 anos marca o fim de uma era no samba. Fundador do Cacique de Ramos, ele enfrentava câncer e Alzheimer nos últimos anos.
A morte de Bira Presidente aos 88 anos marca o fim de uma era no samba. Fundador do Cacique de Ramos, ele enfrentava câncer e Alzheimer nos últimos anos.

As reações à perda não demoraram. Fátima Bernardes compartilhou uma foto e palavras afetuosas, recordando sua gentileza e importância para o samba. Leandra Leal também publicou uma imagem ao lado de Bira, agradecendo por sua contribuição à cultura. Outros artistas, como Belo, Xande de Pilares, Buchecha, Marcelo D2 e Bruno Cardoso, prestaram homenagens nas redes sociais e na página oficial do Cacique de Ramos.

Bira era mais que percussionista. Ele ajudou a fundar um movimento que redefiniu a sonoridade e a estrutura do samba nas décadas seguintes. O Fundo de Quintal surgiu em meio ao ambiente criativo do Cacique de Ramos, espaço cultural que se consolidou como símbolo de resistência, renovação e comunhão popular. As inovações trazidas por Bira e seus parceiros abriram caminhos para novos ritmos, formações musicais e um estilo mais marcado por percussões criativas.

A perda também foi sentida entre colegas próximos. Bruno Cardoso declarou estar “sem chão”, enquanto Xande disse que lhe faltavam palavras. Buchecha descreveu o sentimento como uma “sensação ruim demais”, comum quando grandes mestres se vão. As manifestações mostram o reconhecimento coletivo da grandeza artística e humana de Bira, uma figura que combinava liderança cultural e simplicidade no trato com todos.

O impacto de Bira vai além da música. Ele representava uma geração de artistas que conseguiu abrir espaços para o samba nas grandes mídias e nas estruturas formais da cultura brasileira. Sua imagem, muitas vezes associada ao tradicional pandeiro e à irreverência afetuosa do samba carioca, também expressava resistência. Ele estava à frente de um movimento que combateu o preconceito e defendeu a autenticidade de uma tradição enraizada nas rodas de rua e nos quintais suburbanos.

Segundo nota oficial, Bira deixa duas filhas, Karla Marcelly e Christian Kelly, dois netos, Yan e Brian, e uma bisneta, Lua. O velório e o sepultamento ainda terão seus detalhes confirmados pela família. O Doce Refúgio do Cacique de Ramos, local que o consagrou, certamente será um dos pontos de convergência das homenagens. Mesmo em silêncio, o pandeiro de Bira segue ressoando na história do samba.

Fonte: Gshow e Uol.

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