24h de le mans 2025: Participação feminina ganha espaço com Jamie Chadwick e Iron Dames

O grid das 24 Horas de Le Mans 2025 será marcado por uma das maiores presenças femininas já registradas na história da tradicional prova de endurance. A corrida, que será disputada entre os dias 14 e 15 de junho, é a quarta etapa do Campeonato Mundial de Endurance (WEC) e contará com 186 pilotos inscritos em três categorias diferentes: Hypercar, LMP2 e LMGT3. Dentre eles, cinco mulheres estarão na pista, divididas entre duas classes e três equipes distintas, destacando a progressiva inserção feminina em uma competição reconhecida mundialmente por sua exigência técnica, física e estratégica. Em um cenário ainda predominantemente masculino, a participação dessas competidoras representa uma combinação de experiência, talento e representatividade em um dos eventos mais prestigiados do calendário do automobilismo mundial.

Pontos Principais:

  • Jamie Chadwick estreia em Le Mans e no WEC na LMP2 com a IDEC Sport.
  • Lilou Wadoux retorna na LMGT3 com a Ferrari e ao lado de um brasileiro.
  • Iron Dames corre com Porsche após substituição por lesão no trio original.
  • Le Mans 2025 marca maior presença feminina recente no endurance.

Jamie Chadwick será uma das atrações da classe LMP2, categoria que retorna ao grid exclusivamente para esta edição da prova. A britânica, tricampeã da W Series, fará sua estreia tanto na Le Mans quanto no WEC. Atualmente correndo pela European Le Mans Series, onde já soma duas vitórias na temporada de 2025, Chadwick vai defender a equipe IDEC Sport. Ela estará a bordo do Oreca 07-Gibson #18, compartilhando o cockpit com o jovem francês Mathys Joubert e com o alemão André Lotterer, piloto experiente que venceu Le Mans em três ocasiões. A entrada de Chadwick simboliza mais que uma oportunidade competitiva; ela projeta uma nova fase na carreira da piloto, agora em um ambiente de resistência que exige consistência e sinergia entre os integrantes do trio.

Jamie Chadwick faz sua estreia nas 24 Horas de Le Mans guiando um LMP2 da IDEC Sport ao lado de André Lotterer, marcando presença inédita na tradicional prova francesa.
Jamie Chadwick faz sua estreia nas 24 Horas de Le Mans guiando um LMP2 da IDEC Sport ao lado de André Lotterer, marcando presença inédita na tradicional prova francesa.

A francesa Lilou Wadoux retorna ao circuito de La Sarthe após já ter disputado as edições de 2022 e 2023. Aos 23 anos, Wadoux já carrega a distinção de ser a primeira mulher da história a integrar o time de fábrica da Ferrari. Ela competirá na classe LMGT3 pela Richard Mille AF Corse, conduzindo a Ferrari 296 GT3 número 150. Seus companheiros serão o brasileiro Custódio Toledo e o italiano Riccardo Agostini, formando um trio que mescla juventude e experiência. A escolha da Ferrari por Wadoux reflete não apenas seu desempenho consistente nas categorias de base e no endurance europeu, mas também o investimento da marca em fortalecer a presença feminina nas principais plataformas do automobilismo internacional.

Outro destaque do grid é a equipe Iron Dames, que mantém sua tradição como o único time 100% feminino da prova. Inicialmente escalado com Rahel Frey, Célia Martin e Michelle Gatting, o trio sofreu uma alteração após Gatting fraturar o pé direito, sendo substituída por Sarah Bovy. As três pilotas dividirão o Porsche 911 GT3 R LMGT3 número 85, preparado pela Manthey Racing. A formação reforça o projeto da Iron Dames, que vem se consolidando nas últimas temporadas como uma das principais iniciativas de visibilidade e inserção de mulheres em provas de endurance de alto nível. A ausência de Gatting, embora sentida, não altera a proposta do time de manter a performance em alta e defender seu espaço com competência na pista.

O contexto técnico da corrida amplia o desafio para todas as competidoras. A edição de 2025 contará com 62 carros alinhados, distribuídos nas três classes. Os Hypercarros representam o topo da tecnologia atual no WEC, com protótipos altamente sofisticados. A LMP2, mais padronizada e com custos controlados, retorna exclusivamente para esta prova e serve de ponte entre categorias de base e o topo da resistência. Já a LMGT3, recém-incorporada ao WEC, reúne modelos derivados de carros esportivos de rua com preparação de pista. A complexidade da prova, aliada à exigência física e mental de uma disputa que dura 24 horas contínuas, exige uma preparação diferenciada e capacidade de adaptação em diferentes condições climáticas e de pista.

A largada será dada no sábado, 14 de junho, às 11h (horário local), e a chegada acontece no domingo, no mesmo horário. Ao longo do percurso, as equipes precisam gerenciar consumo de combustível, desgaste de pneus, troca de pilotos, estratégias de pit stops e eventuais incidentes. No caso das equipes com mulheres, o entrosamento entre os pilotos e a comunicação com engenheiros e chefes de equipe são pontos decisivos para manter a competitividade. A presença dessas cinco mulheres amplia também o alcance midiático da corrida e contribui para atrair novos públicos, consolidando a imagem de Le Mans como uma plataforma inclusiva sem abrir mão do alto nível técnico.

O protagonismo feminino em Le Mans 2025 reflete uma mudança gradual, porém significativa, na estrutura do automobilismo de endurance. A participação de Chadwick, Wadoux e do trio da Iron Dames não é um gesto simbólico, mas sim uma consequência direta de performances consistentes, investimentos técnicos e projetos de base voltados ao desenvolvimento de pilotos mulheres em igualdade de condições. Em um campeonato que tradicionalmente valoriza a durabilidade dos equipamentos e o preparo dos pilotos para longas sessões, a integração feminina vem sendo construída com base em mérito, treinamentos específicos e resultados palpáveis, sendo observada com atenção por montadoras, patrocinadores e organizadores.

Essa movimentação, além de aumentar a diversidade do grid, eleva o padrão de exigência geral do WEC. Em Le Mans, onde cada erro custa caro e cada decisão estratégica pode definir a corrida, a contribuição feminina vai além da pilotagem: está presente na leitura de corrida, na capacidade de adaptação a diferentes compostos de pneus e na sensibilidade para tomar decisões rápidas em momentos críticos. A expectativa em torno das performances de Jamie Chadwick, Lilou Wadoux, Rahel Frey, Célia Martin e Sarah Bovy não está pautada em concessões, mas em como elas irão responder às demandas reais de uma das corridas mais complexas do planeta, dentro de um palco que exige o máximo de todos os que ousam competir.

Fonte: Instagram, Wikipedia, UOL e 24h-lemans.

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