Tensão no Oriente Médio: entenda o que está acontecendo entre Irã e Israel

O Irã foi alvo de uma das maiores ofensivas militares já realizadas por Israel na madrugada desta sexta-feira (13). A operação, batizada de “Leão em Ascensão”, envolveu cerca de 200 caças e teve como alvo instalações nucleares, centros militares e prédios governamentais. Segundo o governo israelense, a ação foi uma resposta ao avanço do programa nuclear iraniano, que estaria a dias de alcançar capacidade bélica.

A ofensiva resultou na morte de líderes militares da cúpula iraniana, incluindo Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária Islâmica, e Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. Também foram mortos seis cientistas nucleares ligados ao programa atômico do país, além de pelo menos 50 civis, conforme noticiado pela imprensa estatal iraniana.

Explosões foram registradas em diversos pontos de Teerã e Natanz, onde está localizada uma das principais usinas de enriquecimento de urânio. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que a instalação foi atingida, mas sem liberação de radiação. O órgão alertou para o “risco grave à segurança regional”.

Reação do Irã: drones, retórica dura e acusação aos EUA

Em resposta, o Irã lançou mais de 100 drones contra Israel, todos interceptados pelas Forças de Defesa de Israel, segundo Tel Aviv. O líder supremo Ali Khamenei classificou o ataque como “um ato de agressão sem precedentes” e prometeu punição severa, afirmando que Israel “deve se preparar para um contra-ataque devastador”.

O governo iraniano também acusou os Estados Unidos de conivência, alegando que a operação “não poderia ter ocorrido sem coordenação americana”. Embora Washington negue envolvimento direto, diplomatas e familiares de militares americanos foram retirados da região dias antes, o que reforçou especulações sobre um conhecimento prévio da operação.

Ataque ao Irã e os impacto nos mercados e risco geopolítico

A ofensiva israelense gerou repercussões imediatas nos mercados globais. O preço do petróleo Brent subiu mais de 5%, superando os US$ 90 o barril, em meio a temores de desestabilização na principal região produtora de energia do mundo. As bolsas da Europa, Ásia e futuros americanos operam em queda, refletindo a aversão ao risco.

Empresas aéreas suspenderam voos para o Irã, Iraque e regiões próximas, e governos de diversos países pedem moderação. A ONU, OTAN, França e Reino Unido apelaram por contenção. Já China e Turquia condenaram a ação israelense. O governo de Omã, mediador regional, classificou o episódio como “uma escalada extremamente perigosa”.

O ataque ocorre às vésperas da retomada das negociações nucleares entre Irã e Estados Unidos, previstas para domingo (16), em Omã. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu justificou a operação como “necessária para impedir uma ameaça existencial”.

Israel alega que o Irã estaria próximo de obter capacidade de produzir uma arma nuclear, após anos de enriquecimento de urânio em níveis elevados, contrariando o Acordo Nuclear de 2015, que foi abandonado pelos EUA durante o governo de Donald Trump.

Clima de guerra e instabilidade regional após o ataque ao Irã

Com a morte de nomes estratégicos do regime e a destruição de instalações sensíveis, o cenário no Irã é de alerta máximo. As forças militares estão em estado de prontidão e o governo mobiliza aliados regionais.

O temor agora é que o conflito transborde para outros países do Oriente Médio, envolvendo grupos aliados ao Irã como Hezbollah e milícias no Iraque e no Iêmen. A possibilidade de uma resposta coordenada contra Israel ou bases americanas aumenta a tensão diplomática e militar na região.

Com o avanço das hostilidades, analistas alertam para um cenário de escalada sem precedentes desde 2019, quando o general iraniano Qassem Soleimani foi morto por um ataque dos EUA. A diferença agora é que a ação partiu de Israel diretamente, contra o território iraniano, atingindo estruturas estratégicas e civis.

O Congresso dos EUA, a ONU e a comunidade internacional devem atuar para evitar o agravamento do conflito, mas o ambiente é volátil e imprevisível. Enquanto isso, investidores e mercados monitoram de perto os próximos passos das potências envolvidas e os riscos para o fluxo global de energia.

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