Qual a diferença entre o queijo azul e o Gorgonzola? Acordo com UE fará queijo mudar de nome no Brasil

A assinatura do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, realizada em dezembro de 2024, trouxe implicações diretas para os produtos alimentícios com forte apelo regional. Entre as cláusulas estabelecidas, destacam-se as Indicações Geográficas (IGs), que garantem proteção a nomes vinculados à origem geográfica e cultural de alimentos e bebidas tradicionais. Uma das consequências será sentida por consumidores brasileiros que apreciam o queijo gorgonzola.

Pontos Principais:

  • Nome “gorgonzola” será exclusivo para queijo italiano da região homônima.
  • Queijos similares brasileiros passarão a se chamar “queijo azul”.
  • A mudança decorre de cláusulas do acordo Mercosul–União Europeia.
  • Produto manterá sabor, textura e fungo característicos, apesar do novo nome.

Com a nova regra, somente os queijos produzidos na região italiana de Gorgonzola poderão manter legalmente esse nome. Isso se aplica também ao Brasil, que possui seu próprio sistema de IGs — como ocorre com o queijo canastra, por exemplo, que só pode receber esse nome se for feito na região de mesmo nome, em Minas Gerais. Assim, os queijos similares ao gorgonzola feitos no Brasil deverão ser comercializados com o nome “queijo azul”.

Com o novo acordo Mercosul–UE, apenas queijos da região de Gorgonzola, na Itália, poderão usar esse nome. Os brasileiros terão nova identificação.
Com o novo acordo Mercosul–UE, apenas queijos da região de Gorgonzola, na Itália, poderão usar esse nome. Os brasileiros terão nova identificação.

Apesar da alteração nominal, o produto em si manterá as características que o tornaram popular no país. O uso do fungo Penicillium roqueforti continua garantindo a textura e o sabor fortes, além das veias azuladas que o tornam marcante. A principal diferença entre o gorgonzola italiano e o queijo azul brasileiro reside em detalhes do processo de maturação e no tipo de leite utilizado, variáveis que não comprometem o perfil sensorial do alimento.

O impacto deve ser mais perceptível na indústria, que precisará adaptar embalagens, rótulos e estratégias de marketing. Restaurantes, mercados e produtores locais terão que rever a nomenclatura usada nas receitas e nos cardápios, ainda que o público mantenha familiaridade com o produto. As mudanças também envolvem questões regulatórias, como fiscalização e certificação por órgãos responsáveis.

Essa medida visa preservar o valor histórico e comercial dos produtos europeus de origem controlada, evitando o uso indevido de termos tradicionalmente ligados a regiões específicas. No longo prazo, pode impulsionar os produtores brasileiros a fortalecerem suas próprias indicações geográficas, promovendo diferenciação e valorização de queijos artesanais nacionais.

O caso do gorgonzola ilustra a crescente importância das IGs em acordos internacionais, como instrumento de proteção da propriedade intelectual associada à cultura alimentar. Trata-se de uma tendência que também se reflete em vinhos, azeites, cafés e embutidos, e que tende a se tornar cada vez mais relevante no comércio global de alimentos.

Enquanto o nome “gorgonzola” deixará de constar em produtos nacionais, os consumidores brasileiros continuarão encontrando no “queijo azul” o mesmo ingrediente versátil, ideal para molhos, pizzas, saladas e tábuas de frios. A alteração será, portanto, principalmente simbólica, preservando o conteúdo, mas respeitando a identidade territorial estabelecida pelas regras internacionais.

Qual a diferença entre o queijo azul e o Gorgonzola?

Apesar de parecerem semelhantes à primeira vista, o queijo Gorgonzola e o chamado queijo azul não são exatamente a mesma coisa. O Gorgonzola é um tipo específico de queijo azul, com origem controlada e características próprias. Já o termo “queijo azul” é genérico, usado para descrever diversos queijos que possuem veios azulados formados por fungos do tipo Penicillium, que conferem sabor marcante e visual característico.

A principal distinção está na origem. O Gorgonzola é produzido exclusivamente na Itália, nas regiões da Lombardia e do Piemonte, e possui denominação de origem protegida (DOP). Isso significa que apenas queijos produzidos seguindo métodos tradicionais dessas regiões podem legalmente usar o nome Gorgonzola. Já o queijo azul pode ser feito em vários países, incluindo França, Reino Unido e Dinamarca, com estilos distintos como Roquefort, Stilton e Danish Blue.

Outra diferença marcante está no sabor e na textura. O Gorgonzola pode ser encontrado nas versões “dolce” (mais suave e cremosa) e “piccante” (mais forte e firme). Outros queijos azuis costumam ser mais salgados, com gosto mais pungente e uma textura mais quebradiça ou seca, como o caso do Roquefort francês, feito com leite de ovelha, e do Stilton inglês, de leite de vaca.

No uso culinário, o Gorgonzola é amplamente apreciado em pratos quentes como risotos, pizzas e molhos cremosos, especialmente a versão dolce. Os outros queijos azuis, por sua vez, são mais comuns em tábuas de queijos, saladas com nozes e peras ou acompanhando vinhos encorpados. Cada tipo oferece uma experiência sensorial distinta, tanto em sabor quanto em aroma.

Em resumo, enquanto o Gorgonzola é um queijo azul com identidade própria e sabor relativamente mais acessível ao paladar, o termo “queijo azul” abrange uma variedade de estilos com intensidades e origens diferentes. Saber essas diferenças ajuda não só na escolha do melhor queijo para cada ocasião, mas também a valorizar a tradição por trás de cada tipo.

Fonte: Folha, Eatingwell, Gazetasp e Tribunademinas.

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