Paquetá pode ser banido do futebol até agosto após julgamento por manipulação de apostas

O julgamento que pode definir o futuro do meia Lucas Paquetá se aproxima de seu desfecho, após mais de dois anos de investigações sobre possíveis violações das regras de apostas da Federação Inglesa de Futebol (FA). O jogador, que atua pelo West Ham e defende a seleção brasileira, é acusado de forçar cartões amarelos em quatro partidas da Premier League entre 2022 e 2023. A decisão, prevista para sair até agosto de 2025, pode resultar desde uma suspensão temporária até o banimento definitivo do futebol.

Pontos Principais:

  • Paquetá é acusado de forçar cartões para beneficiar apostadores próximos.
  • Apostas suspeitas foram rastreadas até a Ilha de Paquetá, onde ele nasceu.
  • FA pode pedir à Fifa que amplie punição para o futebol internacional.
  • West Ham teme impacto no elenco e perdeu proposta do Manchester City.
  • A decisão final do caso deve sair até agosto, com chance de recurso.
  • Jogador ainda atua normalmente, mas vive forte pressão emocional.

Durante todo o processo, Paquetá continuou atuando normalmente, tanto pelo clube inglês quanto pela seleção. A manutenção de sua titularidade, mesmo diante da acusação, gerou reações diversas, especialmente diante da possibilidade de uma pena internacional. A Federação Inglesa já sinalizou que, em caso de punição, pode solicitar à Fifa a ampliação da sanção para além do território britânico, o que comprometeria a carreira internacional do atleta.

A decisão que pode mudar a carreira de Lucas Paquetá está próxima. Acusado de manipulação de cartões, ele aguarda o veredicto do julgamento na Inglaterra.
A decisão que pode mudar a carreira de Lucas Paquetá está próxima. Acusado de manipulação de cartões, ele aguarda o veredicto do julgamento na Inglaterra.

O West Ham monitora a situação com atenção, uma vez que o jogador é uma das peças centrais da equipe. A indefinição afeta diretamente o planejamento do clube para a temporada 2025/2026, travando negociações e abrindo incertezas no mercado de transferências. A diretoria chegou a rejeitar uma proposta do Manchester City em 2023, temendo as consequências da investigação em curso.

Acusações e jogos sob investigação

A origem das acusações remonta a quatro partidas específicas em que Paquetá recebeu cartões amarelos sob circunstâncias consideradas suspeitas pela FA. Os jogos ocorreram contra Leicester, Aston Villa, Leeds e Bournemouth. Em todos os casos, o jogador teria cometido faltas em momentos que favoreceriam apostas sobre advertências disciplinares.

A investigação apontou uma concentração incomum de apostas feitas a partir da Ilha de Paquetá, local de nascimento do atleta, com retornos financeiros superiores a R$ 600 mil. A casa de apostas Betway, patrocinadora do West Ham, foi a primeira a alertar as autoridades sobre os padrões atípicos nas apostas, o que deu início à apuração.

Paquetá foi formalmente acusado de violar quatro vezes a Regra E5.1 da FA, que trata da integridade das competições, além de duas infrações à Regra F3, relacionadas à obstrução do processo. O caso se agravou com a suspeita de descarte de um telefone celular secundário, supostamente utilizado em conversas sensíveis. A defesa afirma que não houve ocultação de provas e que o jogador colaborou desde o início.

Trâmite judicial e repercussões possíveis

As audiências do julgamento se iniciaram em março de 2025, com análise de registros financeiros, conversas telefônicas e testemunhos de membros do clube. O ex-treinador David Moyes foi um dos que depuseram em defesa de Paquetá, argumentando que os cartões recebidos estavam dentro do contexto competitivo da liga.

A complexidade do material apresentado levou a sucessivos adiamentos, até que as sessões foram concluídas em junho. Agora, cabe a um painel independente da FA avaliar o conteúdo e emitir a sentença, que pode variar desde multas e suspensões até o banimento vitalício.

A defesa insiste na falta de provas diretas e na fragilidade das evidências circunstanciais. O jogador, segundo seus representantes legais, jamais atuou com a intenção de manipular eventos. A estratégia de contestação inclui o argumento de que os lances analisados foram normais e coerentes com a intensidade do futebol inglês.

Impacto na carreira e no futebol internacional

O julgamento tem implicações que ultrapassam o clube e podem afetar diretamente a trajetória de Paquetá na seleção brasileira. Apesar das críticas feitas por figuras políticas, como o senador Jorge Kajuru, o técnico Dorival Júnior segue convocando o jogador, sob a justificativa de que, enquanto não houver condenação, não há justificativa para afastamento.

O cenário, no entanto, pode mudar drasticamente em caso de punição. Além da possível rescisão contratual com o West Ham por justa causa, patrocinadores e clubes interessados devem se afastar do jogador. O processo de apelação, previsto junto à FA e à Corte Arbitral do Esporte, pode se estender até 2026, permitindo que ele atue até decisão final.

A situação do atleta ganhou repercussão nas redes sociais, sobretudo após um episódio em que chorou ao receber novo cartão durante partida contra o Tottenham. A cena foi amplamente compartilhada, e sua esposa se manifestou em apoio, revelando o desgaste emocional acumulado ao longo de dois anos de acusações.

Exemplos anteriores e postura da FA

A Federação Inglesa tem histórico de aplicar punições severas em casos semelhantes. Em 2023, Ivan Toney, do Brentford, foi suspenso por oito meses após confessar centenas de apostas irregulares. Sandro Tonali, do Newcastle, recebeu dez meses de gancho, enquanto Kynan Isaac foi banido por dez anos por manipular cartões.

Esses precedentes indicam que mesmo ações que não afetam diretamente o resultado das partidas são tratadas com rigor. A Regra E5.1 busca proteger o futebol da influência de esquemas financeiros e preservar sua integridade frente a um mercado de apostas que movimenta bilhões de libras anualmente.

Empresas como a Sports Radar passaram a ser parceiras da FA na identificação de padrões incomuns, e a cooperação internacional entre federações permite o rastreamento de transações mesmo em locais distantes. A presença de apostas concentradas em localidades ligadas aos atletas tem sido um fator-chave nas novas investigações.

Reações do West Ham e perspectivas de transferência

A diretoria do West Ham demonstrou insatisfação com a lentidão do processo, especialmente por já ter tido oportunidades de negociação frustradas por conta da investigação. O clube recusou, por exemplo, uma oferta de 80 milhões de libras do Manchester City, alegando que o processo em aberto tornava o negócio arriscado.

Atualmente, o clube ocupa a 16ª posição da Premier League, com risco de rebaixamento e necessidade urgente de reorganizar o elenco. A permanência ou saída de Paquetá terá papel central nesse planejamento. Caso o jogador seja liberado, novas sondagens podem ocorrer, mas qualquer negociação estará condicionada ao desfecho do caso.

A incerteza também compromete o aproveitamento de Paquetá em campo. Mesmo atuando, ele se encontra sob pressão, o que influencia seu desempenho. O West Ham já considera alternativas no mercado, embora reconheça que será difícil encontrar substituto com características semelhantes.

Possibilidades de retorno ao futebol brasileiro

Com a possível saída de Gerson do Flamengo para o futebol russo, o nome de Lucas Paquetá voltou a circular entre os torcedores rubro-negros. Formado na base do clube, o meia é visto como uma opção para assumir protagonismo no meio-campo. No entanto, os custos envolvidos e a indefinição jurídica tornam a negociação inviável no curto prazo.

A torcida se manifesta de forma intensa nas redes sociais, pedindo o retorno do jogador, que deixou o clube em 2018. Embora a identificação com o time pese a favor, a realidade financeira e jurídica atual afasta essa possibilidade, ao menos até a conclusão do julgamento e eventual liberação da FA.

Enquanto isso, Gerson, ao optar por atuar na Rússia, pode perder espaço na seleção, o que abre uma brecha para nomes como Paquetá, caso este seja absolvido. A decisão, portanto, terá repercussões não apenas no West Ham, mas em todo o cenário do futebol brasileiro e internacional.

Fonte: Terra.

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