Fugir do Brasil? Mauro Cid nega e diz que não pediu passaporte a ex-ministro

Mauro Cid

Mauro Cid disse que não pediu passaporte a Gilson Machado – Foto: Gustavo Moreno/STF

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse em depoimento à Polícia Federal, que nunca pediu que o ex-ministro do Turismo Gilson Machado tirasse passaporte para ele. Nesta sexta-feira (13), Gilson foi preso pela corporação e Cid foi alvo de mandados de busca e apreensão.

Segundo a polícia, Mauro Cid é suspeito de tentar obter o passaporte português para deixar o Brasil. A apuração aponta um possível plano de fuga articulado com apoio de aliados do ex-presidente Bolsonaro.

A Polícia Federal chegou a solicitar a prisão preventiva de Mauro Cid, mas o mandado foi revogado antes de ser cumprido. Mesmo assim, ele foi chamado a prestar depoimento de forma imediata. As informações são do R7.

Mauro Cid foi alvo de mandados de busca e apreensão – Foto: Lula Marques /Agência Brasil

A suspeita da PGR (Procuradoria-Geral da República) é de que Cid estaria tentando sair do país para escapar das investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado, pela qual ele, Bolsonaro e outras 29 pessoas já são réus no STF (Supremo Tribunal Federal).

Pedido em 2023

Em fevereiro deste ano, após ser cobrado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, o ex-ajudante de ordens disse à Corte que deu entrada em seu pedido de cidadania portuguesa em 11 de janeiro de 2023.

O militar disse ainda que, na época, não solicitou e não possui passaporte português (europeu). O tenente afirmou também que, como havia feito o acordo de delação premiada, com uso de tornozeleira eletrônica, seria impossível viajar para o exterior sem autorização judicial.

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro já disse que a família possuí cidadania portuguesa – Foto: Tom Molina/STF/ND

No documento, Mauro Cid explicou que a solicitação ocorreu pelo fato de que toda a sua família já possuía cidadania portuguesa.

Viagem da família de Mauro Cid levantou suspeitas

Um dos motivos da ação policial foi a viagem recente da família do ex-ajudante de ordens aos Estados Unidos, o que levantou suspeitas sobre o possível plano de fuga.

No dia 30 de maio, os pais de Cid, sua esposa e uma das filhas embarcaram para Los Angeles. Segundo a defesa, o motivo da viagem foi a celebração da formatura de um sobrinho e o aniversário de 15 anos de uma sobrinha.

A família possui passagens de ida e volta e não há restrições legais para que eles saíssem do país. O retorno está previsto para 20 de junho.

Réu na tentativa de golpe

Mauro Cid é réu colaborador na ação penal que investiga uma suposta trama golpista. A proximidade do fim da fase de instrução do processo aumentou a preocupação das autoridades com uma possível fuga.

Jair Bolsonaro e o ajudante de ordens – Foto: Alan dos Santos/Presidência

A defesa do militar nega qualquer intenção de deixar o país ilegalmente e afirmou que Cid solicitou cidadania portuguesa porque sua família já possui a nacionalidade. Ele obteve a identidade portuguesa, mas o documento não permite cruzar fronteiras.

A delação de Mauro Cid pode ser cancelada caso fique comprovado que ele mentiu ou tentou atrapalhar as investigações. O STF segue analisando o caso.

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