“A Bela e a Fera” ganha montagem grandiosa em Belém

Nos dias 16 e 17 de junho, às 19h, a histórica Igreja de Santo Alexandre, no centro de Belém, se transforma em um verdadeiro palácio encantado para receber o espetáculo “A Bela e a Fera”, uma livre adaptação do clássico conto de fadas com assinatura paraense. A produção é do projeto “Ópera Estúdio”, em parceria com “A Liga do Teatro”, com dramaturgia e direção cênica de Bárbara Gibson, direção-geral e musical de Pedro Messias. Além disso, a obra tem participação especial da Orquestra Sinfônica da Fundação Carlos Gomes.A montagem é marcada por uma combinação de técnica, sensibilidade artística e forte engajamento pedagógico. Para a atriz Glaucia Mesquita, que interpreta a protagonista Bela, o processo tem sido desafiador e transformador. “Cantar com orquestra, ao vivo, é indescritível. O desafio é gigantesco, principalmente por ser uma peça tão conhecida e amada pelo público. Então, sempre queremos entregar o melhor de nós a cada ensaio. Cada experiência no palco é única, a gente nunca se acostuma. O fazer artístico é um esforço coletivo e eu tenho muita sorte de estar com uma equipe que me permite experimentar. Ainda mais sendo a minha primeira protagonista”, conta.A atriz, que também atua como médica, vê interseções entre as duas áreas.“Ser artista definitivamente aprimora minha habilidade de ser empática e atenta aos detalhes no consultório, e vice-versa. Tudo parte da escuta atenta, de encontrar as nuances, de buscar compreender pessoas e vivências”, ressalta Glaucia.Quer mais notícias sobre Cultura? Acesse nosso canal no WhatsAppA atuação em áreas profissionais distintas é uma característica semelhante de Everton Santos, o intérprete da outra protagonista da história: a Fera. Para ele, que também é jornalista, o desafio é repleto de várias camadas.”Ser jornalista é estar com os sentidos atentos o tempo todo, assim como no palco. E esse trabalho marca o meu primeiro protagonista no teatro. Me sinto privilegiado e honrado com essa oportunidade proporcionada pelo “Ópera Estúdio”. Mas, sem dúvida, é um processo repleto de vários desafios: cantar com orquestra, a caracterização do personagem, as trocas de roupa em pouquíssimo tempo e o fato de cantar em uma região vocal que eu não estou tão acostumado. Mas, tudo isso, se torna ao mesmo tempo muito gratificante enquanto artista”, explica Everton.Para o superintendente da Fundação Carlos Gomes, Gabriel Titan, oferecer aos alunos a oportunidade de participar de grandes produções, como as desenvolvidas nos concertos da Orquestra Sinfônica Carlos Gomes e nas produções do Ópera Estúdio, “cria os alicerces de uma formação mais completa, pois tais produções requerem muita preparação, ensaios e responsabilidade por parte dos alunos”, diz Titan. “Os alunos podem, assim, aprender fazendo, e quando forem atuar profissionalmente poderão oferecer a qualidade técnica que o mercado artístico demanda”, conclui o superintendente da FCG.A dramaturga e diretora-cênica, Bárbara Gibson, trouxe para a adaptação elementos de diversas versões da obra original: da animação de 1991 à versão live-action e ao musical da Broadway. “Eu tenho uma afinidade maior com o desenho da Disney, porque cresci assistindo. Mas também incorporamos o live-action de 2017 e o musical. Eu diria que a minha tentativa foi usar todas as linguagens e montagens como base, para que eu pudesse criar algo com a cara do nosso grupo”, explica.Bárbara ressalta que o espetáculo fala de temas profundos e atuais. E que o forte apelo social é um dos diferenciais dessa história que encanta várias gerações de crianças e adultos. “‘A Bela e a Fera’ é sobre empatia, sobre enxergar além das aparências. É uma história que nos lembra da beleza de ser quem somos e de acolher o que é diferente. E montar isso na Igreja de Santo Alexandre, que por si só já parece um palácio, torna tudo ainda mais mágico.”Responsável pela direção-musical e geral do espetáculo, o coordenador pedagógico do Ópera Estúdio, Pedro Messias, acompanha de perto todas as etapas do processo criativo e formativo. “No Ópera Estúdio, nosso foco não é criar expectativas sobre o resultado, mas sim manter um processo saudável e autônomo. Seguimos a pedagogia da autonomia de Paulo Freire, buscando ajudar o aluno a encontrar sua autenticidade dentro do grupo”, afirma Pedro.Segundo Pedro, a função múltipla de regente e diretor-geral é desafiadora, mas essencial para garantir coesão ao projeto. “Tenho acesso a praticamente todos os aspectos do processo e posso interferir imediatamente quando algo precisa de ajuste. É um desafio, mas também um privilégio. Tenho a expectativa que o público possa se conectar conosco, compreenda que aquilo tudo é o resultado de um processo longo, profundo e extremamente técnico, mas que possam se emocionar com a nossa habilidade artística. Ainda mais com a interpretação da orquestra, as cenas, as coreografias e mais do que tudo, com a reunião de tudo isso num momento único”, frisa. Ópera EstúdioCriado em 2013 e com caráter de extensão desde 2023, o projeto se tornou um importante núcleo formativo na Fundação Carlos Gomes. A parceria com “A Liga do Teatro” transformou profundamente o “Ópera Estúdio”, garantindo além do direcionamento musical, a profundidade cênica e coreográfica, orientadas pelas diretoras associadas Bárbara Gibson e Paola Pinheiro, além dos demais atores e atrizes do grupo, Larissa e Luiza Imbiriba e Théo de Oliveira, que trabalham na produção do espetáculo. Com quase 50 alunos envolvidos, o projeto oferece ao público a oportunidade de ver em cena o resultado de um processo profundo, coletivo e apaixonado.Espetáculo “A Bela e a Fera”Datas: 16 e 17 de junhoHorário: 19hLocal: Igreja de Santo AlexandreClassificação: LivreIngressos: Entrada gratuita (sujeita à lotação)
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