10 livros que só provocam bocejo — não reflexão

Bons livros podem fazer a diferença na vida de alguém. Livros ruins, por outro lado, reúnem uma fabulosa sucessão de argumentos pueris, lugares-comuns extenuantes e histórias incapazes de se sustentar e tanto menos ser motivo de inspiração ou fonte de alívio, seja pela forma, seja pelo conteúdo. Essas publicações perdem-se em algum parte da cognição humana, entre a retina e o cérebro, e dali não saem, acumulando poeira, estagnadas, compondo uma espécie de brejo, onde nada floresce, mas não morre. Paradoxalmente, o mercado editorial não para de investir em títulos que satisfazem uma urgência por entretenimento instantâneo e porca filosofice, observando um padrão de êxito comercial, arcaicíssimo, porém certeiro. Livros têm vindo à praça com o claro intento de alçar o rol de campeões de vendas, o que exige planejamento e, o mais importante, obediência cega às pesquisas de marketing. O que dá lucro fica, merece atenção redobrada dos executivos e se perpetua; o que encalha deixa as planilhas imediatamente, descartado como inutilidade, velharia, peso morto.

Feita de obras que moldaram o pensamento ocidental, definiram estilos e influenciaram gerações, a literatura canônica está em baixa, e a indústria cultural voltada à produção literária parece estar disposta a ocupar esse espaço, recuperando ainda seu próprio tempo perdido. Não, não deve ser fácil encontrar a justa medida entre criatividade e liquidez financeira, e donos de editoras e livreiros têm de pensar em seus negócios. Todas as coisas estariam no seus devidos lugares, não fosse por um detalhe: aqueles que têm por obrigação pensar na formação intelectual do povo, na melhoria dos ensinos básico e fundamental, no fomento real da cidadania, aquela ideia tão gasta quanto preciosa em que ninguém mais aposta um tostão, fecham os olhos à escola de qualidade, acham que bibliotecas públicas não fazem o menor sentido num mundo digital, “conectado”, iludem-se com as promessas vãs da inteligência artificial, que só se realizam para o lado de lá. 

Como resultado, livros vulgares, torpes, esses, sim, descartáveis — ao menos sob a perspectiva da relevância ontológica —, que agradam à maioria e não dizem nada a ninguém, vão cada vez mais longe. Decerto o exemplo mais ilustrativo dessa contínua degradação intelectiva é o infame (e aclamado) “Café com Deus Pai” (2022), do empreendedor e líder espiritual Junior Rostirola, nessa ordem, o carro-chefe da triste seleção abaixo, com outros nove títulos que provam a debacle da civilização no que toca ao requinte estético, ao raciocínio sofisticado, à honestidade dos princípios. À arte, à cultura e até ao entretenimento, universos distintos, mas que deveriam estabelecer algum ponto de contato. 

10 livros que só provocam bocejo — não reflexão

Bons livros podem fazer a diferença na vida de alguém. Livros ruins, por outro lado, reúnem uma fabulosa sucessão de argumentos pueris, lugares-comuns extenuantes e histórias incapazes de se sustentar e tanto menos ser motivo de inspiração ou fonte de alívio, seja pela forma, seja pelo conteúdo. Na triste seleção abaixo, dez títulos provam a debacle da civilização no que toca ao requinte estético, ao raciocínio sofisticado, à honestidade dos princípios. À arte, à cultura e até ao entretenimento, universos distintos, mas que deveriam estabelecer algum ponto de contato.

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