Trabalhadores da construção civil poderão entrar em greve a partir de segunda, em João Pessoa

Os trabalhadores da construção civil poderão paralisar suas atividades a partir da próxima segunda-feira (16), em João Pessoa, caso o acordo coletivo firmado em abril deste ano não seja cumprido pelas empresas do setor. A decisão sobre a deflagração do movimento grevista será tomada em assembleia marcada para essa quinta-feira (12), às 18h, na sede do Sintricom-JP, localizada na Av. Cruz Cordeiro, 75, no bairro do Varadouro.

O acordo fechado no dia 4 de abril de 2025, no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC / TRT/PB), após várias rodadas de negociação prevê reajuste salarial de 7,51%, melhorias no café da manhã fornecido aos trabalhadores — incluindo fatia de queijo, ovo, dois pães e café — e a inclusão de um pacote de fubá e uma lata de sardinha na cesta básica. Para 2026, também foi acordada a inclusão de uma rapadura.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Pesada e do Mobiliário de João Pessoa e Região (Sintricom – JP), Francisco Demontier, os termos acordados estão sendo descumpridos gerando indignação entre os trabalhadores. “Descumprir acordo firmado é grave. Negociar com os trabalhadores e depois voltar atrás é vergonhoso. Essa atitude desrespeita milhares de famílias que ajudam a construir João Pessoa como potência imobiliária e turística”, afirmou ao ClickPB.

“Nunca vimos algo assim , a representação patronal estava presente na audiência e concordou com tudo. Não há justificativa para o não cumprimento. Estamos falando de um setor que tem lucros altíssimos e que emprega mais de 30 mil trabalhadores na Paraíba. João Pessoa foi a segunda cidade do Nordeste que mais gerou empregos na construção civil em 2024, perdendo apenas para Fortaleza”, criticou a secretária-geral do Sintricom, Jéssica Andrade.

Além do descumprimento do acordo, os trabalhadores denunciam a tentativa de alterar a jornada de trabalho, atualmente de segunda a sexta-feira, o que também seria uma violação das condições negociadas.

Demontier destaca ainda que diversas tentativas de diálogo com os representantes das empresas foram feitas, mas que não obteve avanços. “As empresas lançam novos empreendimentos e acumulam lucros. Quem constrói essa riqueza merece respeito. Reajuste salarial é um direito”, concluiu Demontier.

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