Pais de estudante morto pela PM denunciam governo de SP à ONU

Julio Cesar Acosta Navarro e Silvia Mônica Cardenas Prado levarão à ONU (Organização das Nações Unidas) denúncia contra a gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) por crimes relacionados à morte de seu filho, segundo as informações divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo nesta 5ª feira (12.jun.2025).

O casal apresentará o caso na 59ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, que acontecerá de 16 de junho a 9 de julho de 2025 em Genebra, na Suíça.

Os pais do estudante Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, morto por um policial militar em novembro de 2024, mostrarão fotos e vídeos do caso durante a sessão internacional. O jovem cursava o 5º ano de medicina quando foi baleado.

O incidente ocorreu em um hotel na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, e foi integralmente registrado pela câmera corporal dos policiais envolvidos na ocorrência.

Julio Cesar, médico cardiologista e professor da USP (Universidade de São Paulo), e Silvia Mônica, médica intensivista, são peruanos naturalizados brasileiros. Eles decidiram recorrer à instância internacional depois do que consideram falta de justiça e resposta adequada das autoridades paulistas.

“Iremos fazer denúncias por homicídio qualificado, racismo, xenofobia, tortura, associação criminosa. Uma constelação de crimes contra meu filho”, disse Julio.

O pai do estudante critica a postura do governo estadual. “O último curso para apelar é à ONU, como o Tarcísio já disse de uma forma muito insensível. ‘Podem ir à ONU, na Liga da Justiça’. Estou abrindo mão do meu trabalho para reivindicar justiça pelo meu filho”, afirma.

Segundo os pais, nem o governador nem o secretário de Segurança Pública ofereceram desculpas formais ou os procuraram depois do homicídio. “O secretário [Guilherme] Derrite, o governador Tarcísio nunca nos pediram desculpas, em nenhum momento nos procuraram. O Tarcísio lamentou em duas ocasiões, nas redes sociais e numa entrevista. Lamenta, mas não move nenhum dedo para fazer justiça”, diz Julio.

O soldado Guilherme Augusto Macedo, identificado como autor do disparo que matou o estudante, e o soldado Bruno Carvalho do Prado já retornaram às suas funções na PM (Polícia Militar). A Polícia Civil e o Ministério Público solicitaram a prisão de Macedo, mas o pedido foi negado pela Justiça.

“Apesar de dizer que lamenta, os policiais que mataram meus filhos já estão liberados para trabalharem nas ruas. Vamos falar de toda a violação que cometeram desde o crime, as falhas na investigação, a Justiça que sentou em cima do processo”, critica o pai.

O Inquérito Policial Militar foi concluído e enviado ao Tribunal de Justiça Militar, determinando que houve homicídio. Um procedimento administrativo está em andamento para investigar possíveis transgressões de conduta dos policiais envolvidos.

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