Laura Sabino sobrevive a tentativa de feminicídio em BH após histórico de ameaças ignorado

O ataque brutal contra a influenciadora Laura Sabino, militante de esquerda nas redes sociais, lança luz sobre a fragilidade da proteção institucional a defensores de direitos humanos no Brasil. O crime aconteceu em 14 de março, em Belo Horizonte, e só foi revelado agora, após reportagem da Agência Pública. O agressor era o próprio irmão de Laura, que a esfaqueou e tentou atear fogo em seu corpo com álcool em gel e fósforos.

Pontos Principais:

  • Laura Sabino foi atacada com facas pelo próprio irmão em Belo Horizonte.
  • Mesmo com medida protetiva, ela não foi suficiente para evitar o crime.
  • A vítima já havia denunciado ameaças e integrava programa de proteção.
  • O agressor foi preso em flagrante e segue detido enquanto aguarda julgamento.
  • O caso reacendeu o debate sobre a eficácia das políticas de proteção.

A vítima, que possui quase um milhão de seguidores e produz conteúdo político desde 2019, havia registrado cinco boletins de ocorrência contra o agressor e integrava o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos. Apenas cinco dias antes do ataque, obteve uma medida protetiva. Ainda assim, o irmão só foi notificado da ordem judicial após o atentado, revelando um atraso burocrático que teve consequências quase fatais.

Laura Sabino foi surpreendida em casa por seu irmão, que a atacou com duas facas e tentou atear fogo em seu corpo com álcool e fósforos em março deste ano.
Laura Sabino foi surpreendida em casa por seu irmão, que a atacou com duas facas e tentou atear fogo em seu corpo com álcool e fósforos em março deste ano.

Segundo a influenciadora, o ataque ocorreu enquanto ela estudava em seu quarto. Ao ouvir um barulho, foi surpreendida pelo irmão com duas facas e sofreu golpes no abdômen, braços e ombros. Mesmo ferida, percebeu que ele tentava incendiar seu corpo e conseguiu fugir, acionando o namorado por telefone. O agressor foi preso em flagrante e permanece detido sob prisão preventiva enquanto aguarda julgamento.

Em uma publicação no Instagram, Laura disse que nunca imaginou escrever aquele tipo de mensagem, mas que decidiu tornar o caso público após perceber que o silêncio só dava força ao trauma. A decisão de compartilhar a história também é uma forma de denúncia. “Por mais absurdo que pareça, esta não é a primeira vez que luto pela minha vida”, escreveu.

A série de ameaças sofridas por Laura inclui ofensas misóginas, perseguição ideológica e um histórico de saúde mental deteriorada do irmão. Antes do ataque, ele chegou a enviar mensagens de ódio, sugerindo o desejo de matá-la. Dois dias antes da tentativa de homicídio, uma fake news propagada por um influenciador de extrema direita acusava falsamente Laura de envolvimento com drogas e maus-tratos, o que pode ter influenciado o desfecho violento.

Mesmo após a violência, Laura afirma estar cercada de apoio e disposta a seguir com sua militância. Em nota, o Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos de Minas Gerais afirmou que o caso de Laura escancara a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes para proteger quem atua em defesa de direitos fundamentais no Brasil.

O episódio evidencia como mesmo instrumentos legais existentes, como medidas protetivas e programas oficiais, falham na prática diante da morosidade estatal e da banalização das ameaças sofridas por ativistas. Laura Sabino, apesar da tentativa de silenciamento, retorna ao cenário político e digital com ainda mais visibilidade, usando sua experiência para expor os riscos enfrentados diariamente por defensores de direitos humanos no país.

Fonte: Apublica e Revistaforum.

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