EUA e China avançam em acordo sobre terras raras e aliviam tensão; entenda

O mercado financeiro global reagiu positivamente à notícia de um acordo inicial entre Estados Unidos e China para reduzir tensões comerciais, especialmente em relação à exportação de terras raras, insumo estratégico para setores como tecnologia e defesa. Em entrevista à BM&C News, José Maria Correia, estrategista da Avenue, afirmou que o movimento já gera descompressão nos ativos de risco e pode marcar uma virada no tabuleiro geopolítico e econômico.

Essa trégua é real. O mercado já vinha precificando riscos elevados desde o chamado Liberation Day, mas agora há um retorno à normalidade nas expectativas”, comentou Correia.

Acordo no radar: tarifa de 10% como cenário-base

Segundo o estrategista, há uma chance concreta de que os EUA restabeleçam tarifas reduzidas, próximas de 10%, o que seria mais favorável do que os níveis mais elevados aplicados em ciclos anteriores da guerra comercial.

Se de fato a tarifa final ficar em 10%, esse será um cenário otimista. O mercado já cogitava algo entre 20% e 30%, então uma redução nessa magnitude pode ser um trigger positivo para os ativos globais”, avaliou.

Exportação de terras raras como ponto central do acordo

O acordo inclui entendimentos sobre a entrega de terras raras pela China, o que tem impacto direto nas cadeias produtivas de diversos setores estratégicos dos Estados Unidos. Também estão em discussão tarifas diferenciadas para medicamentos e outros produtos com alto valor agregado.

Se avançarmos em acordos setoriais, como para terras raras, medicamentos e insumos industriais, o mercado vai entender que há espaço para mais consensos. Isso reverte o pessimismo predominante e abre espaço para reprecificação dos ativos”, explicou Correia.

Estilo Trump influencia dinâmica das negociações

Correia lembrou ainda que o estilo de negociação do presidente Donald Trump, marcado por declarações agressivas seguidas de recuos estratégicos, precisa ser levado em conta na leitura do cenário.

O Trump costuma lançar propostas extremas para depois recuar e encontrar um ponto de equilíbrio. Foi assim no mandato anterior e parece estar acontecendo novamente. O mercado aprendeu a interpretar esse padrão”, disse.

Acordo inicial traz reequilíbrio global

Para o estrategista, a retomada do diálogo e a sinalização de acordos entre as duas maiores economias do mundo trazem alívio e estabilidade aos mercados, com possíveis impactos positivos na cadeia global de suprimentos e no apetite ao risco.

O que está sendo construído é uma base para reposicionar o comércio global em um patamar mais previsível. Isso é fundamental para empresas e investidores”, concluiu.

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