Égua do som – É rebeldia musical em Belém

A Produtora Vozes apresenta o ÉGUA DO SOM no Café Com Arte (Trav. Rui Barbosa, 1437) em 14 de junho, a partir das 20h. O festival traz cinco bandas locais — THE RIT, Chorume, Meio Amargo, Má Distribuição e COUT — e três DJs de peso: Emerson Coe, DJ Franz e DJ Gabi Hans.BandasTHE RIT: Explosão pop-punk paraense com sotaque tropical.

Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Banda THE RIT (@bandatherit)Esse quarteto de Belém mistura riffs nervosos e batidas reggae em refrões contagiantes, entregando um rock dançante. No palco, espalham alto astral e atitude: cada música vira grito coletivo, timbrada por guitarras distorcidas que evocam simultaneamente os punks e uma ginga. Eles tocam com urgência juvenil, como se canalizassem o melhor do rock nacional numa festa de rua iluminada por fumaça e néon. É diversão e desabafo embalados num show de puro suor e guitarra empunhada no alto.CONTEÚDO RELACIONADO“Canta Pará” apresenta clássicos da música paraense no teatroVitor Ramil traz o show “Estrela, Estrela” a BelémBregoso celebra aniversário de Kim Marques com show especialChorume: Poderoso massacre sonoro direto do Norte.

Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Chorume (@bandachorume)Formada em 2021, a banda já se lançou como referência de sonoridade densa e visceral. No palco, a entrega é crua e autêntica – eles transitam “entre o shoegaze, o punk e o rock alternativo”, numa mistura explosiva que atiça o caos. O álbum de estreia Direto do Esgoto (2024) exemplifica isso: camadas de distorção saturam os refrões, as letras ácidas provocam inquietação, e a estética sonora desafia qualquer “boa forma” pré-estabelecida. A crítica envolve o som como se fosse ácido correndo na pele; no palco, a energia intensa da Chorume cristaliza isso, fazendo cada show parecer um apocalipse dançante.Meio Amargo: Contradição em forma de rock paraense.

Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Meio Amargo (@meioamargo)Projeto de Lucas Padilha, o Meio Amargo abraça a dualidade como linguagem: “doses de alegria, nacos de tristeza”, canta ele em versos que apontam o humor ácido por trás do romantismo falho. As canções soam simples e pop, mas são punhais de emoção embalados em alt-country acústico. O lirismo literário passeia por influências de folk alternativo – Jeff Tweedy (Wilco) aparece nas harmonias acústicas de “Pra Nós Dois”, Mark Lanegan em duas faixas carregadas, e até Donovan em baladas melódicas. Tudo isso retocado com um sotaque protuberante do rock amazônico clássico (as levadas lembram Suzana Flag e Baudelaires). Ao vivo, Lucas e banda viram confessionário público: violões e guitarras afiados guiam um coro de celebração amarga, onde cada refrão é quase um mantra de autoironia e fuga emocional.Má Distribuição: Guitarras afiadas carregadas de ironia urbana.

Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Banda Má Distribuição (@bandamadistribuicao)Sem papas na língua, essa banda de Belém atira riffs firmes e refrões venenosos contra o comodismo. O nome já denuncia a proposta: eles distribuem baixo teor de açúcar e alta voltagem nos shows. Entre altos arranjos de guitarra e bateria contundente, a Má Distribuição encaixa influências do rock clássico e do punk local, resultando num rock’n’roll energético e cortante. Ao vivo, o power trio corta o ar com solos precisos e letras críticas – um verdadeiro grito de inconformismo traduzido em acordes.COUT: O derradeiro “duo de rock amazônico” em ação.

Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por COUT (@bandacout)Formada em 2016, essa dupla origina do Pará traz na bagagem um tsunami de riffs pesados e grooves hipnóticos. A guitarra distorcida e a bateria turbinada convertem os ritmos tradicionais numa versão acelerada do manguebeat. Eles se intitulam “o último duo de rock amazônico do planeta”, e o palco comprova isso: Pouquíssimas notas são suficientes para virar a terra; cada solo é um convite ao delírio coletivo. A atitude é de quem acha que no rock vale tudo: enquanto o beat encaixado reforça a raiz regional, a produção soa global e suja, à prova de purismos. A dança é quase natural quando eles atacam – a chuva em Belém que se cuide.DeejaysDJ Emerson Coe: Mestre dos sintetizadores e fogo de pista.

Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Produtora Vozes (@produtora_vozes)Convidado para substituir o DJ Ruy Oliveira, Emerson conhecido pela curadoria que mantém o DNA autoral, misturando techno pulsante e house orgânico em pilhas de vinil. No palco, joga o público numa viagem noturna: baixos pesados e batidas sincopadas escalam até hi-hats nervosos, criando tensão antes dos drops. A estética é soturna e futurista, como se o rock tivesse virado rave em galeria de arte. É quem faz a pista tremer.DJ Franz: Veterano das pick-ups e alquimista do crossover.

Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Fórum do Rock Paraense (@forum.do.rock.paraense)Franz carrega décadas de grooves nos discos de vinil, e em cada set ele mescla clássicos nostálgicos com explosões modernas. Conhecido por remontar pistas underground, ele caminha entre trance melódico e techno tribal, com pitadas de rock eletrônico que surpreendem até os mais sisudos. Pensa num DJ que acorda nas madrugadas dos anos 80 e 90 e traz toda essa experiência para Belém: o resultado é um turbilhão de sons – batidas quebradas, efeitos químicos, e edição nervosa de samples. Cada transição é um recado rebelde, garantindo que ninguém fique parado quando as luzes de Franz se acendem.DJ Gabi Hans: Energia feminina no comando.

Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Produtora Vozes (@produtora_vozes)Gabi chega com pressa de sacudir multidões. Ela mistura melodias arrojadas a batidas incandescentes, levando o público a um transe coletivo. Sua presença é quase um manifesto visual: look ousado, mixagens afiadas e muitos sintetizadores no 12. O set de Gabi Hans é narrativa: cada drop conta uma história de empoderamento e libertação, embalando a multidão em êxtase pós-moderno. A pista funciona como catedral, onde suas batidas reverberam solenes, lembrando que até no espaço eletrônico cabe uma pitada de atitude rock’n’roll.Quer mais notícias sobre Música? Acesse nosso canal no WhatsAppAlém da música, o público aproveita barraquinhas de produtos esotéricos, vinis, camisetas e artigos geek. Pessoas com mais de 60 anos e PCD têm entrada gratuita (mediante documento) — basta solicitar no privado. Os demais ingressos estão à venda no Sympla.

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