Criptos sob ataque fiscal: “governo mira mais arrecadação” critica especialista

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A Medida Provisória que reestrutura o IOF trouxe junto uma mudança significativa para o mercado de cripto no Brasil. A partir de agora, investidores pessoas físicas e empresas do Simples Nacional passam a pagar 17,5% sobre os ganhos líquidos e rendimentos com criptomoedas, mesmo que o valor total das movimentações mensais fique abaixo dos R$ 35 mil, limite que anteriormente garantia isenção.

A nova regra insere os ativos digitais no arcabouço fiscal do país, e segundo o governo, busca alinhar o Brasil às práticas internacionais de regulação tributária do setor.

Além da tributação de cripto: declaração passa a ser obrigatória a cada trimestre

Além do fim da isenção, a MP estabelece a obrigatoriedade de declaração trimestral dos ganhos com criptoativos, aumentando o controle e a fiscalização por parte da Receita Federal.

É uma forma de ampliar a base de arrecadação e trazer maior controle ao setor, que ainda operava com lacunas na legislação”, informou o Ministério da Fazenda, em nota.

Especialista vê intenção clara de aumentar arrecadação com a tributação de cripto

Para Luiz Pedro, sócio e analista de criptoativos da Nord Investimentos, a medida representa um passo decisivo do governo em sua estratégia de elevar a carga tributária via criptoativos.

Essa MP vem para trazer uma resposta à tributação do mercado de criptoativos, nessa ânsia que esse governo está para aumentar a arrecadação”, afirmou.

Segundo o analista, o governo padronizou a tributação de criptos em linha com o que já vinha sendo praticado com corretoras estrangeiras, mas eliminou a flexibilidade anterior, especialmente a isenção para vendas inferiores a R$ 35 mil.

Compensação de prejuízos com cripto é limitada

A medida prevê a possibilidade de compensação de perdas, mas com restrições: a compensação só poderá ser feita entre operações com criptoativos, sem cruzamento com outros tipos de investimento, como ações, FIIs ou renda fixa.

A compensação de prejuízos entre criptos é permitida, mas não entre tipos diferentes de ativos. É cripto com cripto. Isso mostra que a intenção do governo é tributar mais e simplificar para ele, não para o investidor”, explica Luiz Pedro.

Cripto sob mais vigilância fiscal

A inclusão de ativos digitais nas regras do IOF e da Receita Federal reforça o movimento de maior regulação do setor de criptomoedas, que nos últimos anos ganhou tração no Brasil, especialmente com a adesão de novos investidores e a popularização das exchanges internacionais.

Para especialistas, a medida atende à demanda por maior segurança jurídica, mas também impõe novas obrigações e custos para investidores que antes atuavam em um ambiente mais flexível.

A forma como era estava muito solta. Agora há uma padronização, mas claramente voltada para tributar mais”, conclui Luiz Pedro.

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