Bobadilla, do São Paulo, é indiciado por injúria racial contra venezuelano

O volante Damián Bobadilla, do São Paulo, foi indiciado por crime de injúria racial contra o jogador venezuelano Miguel Navarro, do Talleres da Argentina. O indiciamento aconteceu após o atleta são paulino prestar depoimento 4ª feira (11.jun.2025) no DOPE (Departamento de Operações Policiais Estratégicas), em São Paulo. As informações foram divulgadas pelo Globo Esporte.

O delegado Rodrigo Correa Baptista, do Drade (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva), confirmou que o depoimento de Bobadilla não alterou o rumo das investigações.

“Ele compareceu, esclareceu todos os pontos que foram questionados, mas os elementos realmente recaem contra ele”, disse o delegado sobre o depoimento do jogador são paulino.

Segundo a investigação, Bobadilla teria chamado Navarro de “venezuelano morto de fome” durante partida entre as duas equipes. O volante do São Paulo negou a acusação depois de prestar esclarecimentos às autoridades.

“A versão da vítima é corroborada por outras testemunhas. Ele não apresentou nenhuma testemunha que pudesse afastar a credibilidade que temos das outras testemunhas, jogadores do Talleres. Então, por esse motivo ele foi indiciado pelo crime de injúria racial”, explicou o delegado.

O clube paulista apresentou imagens para auxiliar na defesa de seu atleta, mas não foram suficientes para evitar o indiciamento.

Jogadores do Talleres, Lautaro Nahuel Bustos e Marcos Ezequiel Portillo, que presenciaram a suposta ofensa, prestaram depoimento como testemunhas. O árbitro Piero Maza Gomez e os policiais militares Wellington Rodrigues dos Santos e Rodrigo Simplício, que conduziram o venezuelano à delegacia do estádio, também foram ouvidos.

O inquérito policial está em fase final de tramitação. Depois da sua conclusão, o caso será encaminhado ao Poder Judiciário, onde o Ministério Público poderá promover ação penal contra o jogador do São Paulo.

Além das possíveis consequências na esfera criminal, o volante pode ser suspenso de competições organizadas pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). No Brasil, casos de xenofobia são enquadrados como crimes de racismo pela legislação, com pena prevista de 2 a cinco anos de reclusão.

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