4 livros tão engraçados que você vai rir em público (e passar vergonha)

Há algo subversivo no riso que escapa sem pedir licença. Ele interrompe a ordem, quebra o verniz da compostura, desarma. E quando nasce da leitura, esse riso carrega uma estranha pureza: é íntimo, mas explode para fora; é silenciosamente partilhado com um outro — o autor —, que já não está ali. Rir com um livro é como rir com um fantasma que, de algum modo, sabe exatamente onde cutucar. Há um pacto secreto entre leitor e narrativa que se revela nas horas mais inadequadas: na fila do banco, no vagão abafado do metrô, no consultório onde todos esperam, estoicamente, o chamado do nome completo. A gargalhada, nesses momentos, não é só escândalo: é resistência. É ternura em forma de escárnio.

É que o humor literário, quando funciona, não é apenas engraçado — é preciso, ferino, às vezes até melancólico. Não ri do mundo, ri com ele, e por isso acerta mais fundo. Um livro verdadeiramente engraçado sabe dançar no fio entre o absurdo e o real. Ele não distrai: revela. Como quem aponta o dedo para o rei nu e ainda lhe oferece um espelho com moldura dourada.

Há histórias que se fazem de bobas só para morder com mais força. Personagens ridículos que, no fundo, são retratos nossos — distorcidos, ampliados, adoravelmente insuportáveis. E há frases que nos atingem como tapas de luva: sutilmente cruéis, de tão verdadeiras.

Mas rir sozinho também cansa. O riso precisa de cúmplices. E, por isso, há um prazer especial em indicar esses livros — não como quem recomenda, mas como quem arma uma pegadinha: “Leia isso. Mas não diga que não avisei”. É quase uma travessura. Um convite ao escândalo discreto.

Porque rir continua sendo, talvez, o mais humano dos desatinos. E, num mundo cada vez mais solene — ou fingidamente sereno —, ser pego no ato de gargalhar por causa de um parágrafo bem escrito é uma forma honesta de perder o controle. Um luxo raro, uma queda necessária. E que delícia é cair assim.

4 livros tão engraçados que você vai rir em público (e passar vergonha)

Alguns livros não foram feitos para serem lidos em silêncio — e ainda menos, com discrição. Eles escapam das páginas como quem foge de uma convenção, provocando riso alto no metrô, gargalhadas em cafés, olhares desconfiados em salas de espera. São histórias que capturam o ridículo cotidiano com tanto brilho que é impossível conter o riso. Mas cuidado: rir em público, às vezes, é um risco. A reputação que se dane. O que importa é rir até perder o fôlego — e talvez, só talvez, a compostura também.

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