Professora de medicina é afastada de universidade federal após denúncia de importunação sexual em MS

Quatro alunas relataram à polícia que foram convocadas para uma prova na casa da docente e sofreram abordagens inapropriadas de dois homens. A Polícia Civil investiga o caso. Universidade Federal da Grande Dourados.
UFGD/Divulgação
Uma professora da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), em Mato Grosso do Sul, foi afastada por tempo indeterminado nesta quarta-feira (11), após ser denunciada por quatro alunas do curso de Medicina por importunação sexual. Segundo as vítimas, o caso ocorreu durante uma atividade realizada fora do campus universitário, na última segunda-feira (9). A Polícia Civil investiga o caso.
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Em nota oficial, a UFGD declarou repúdio a qualquer forma de violência contra as mulheres e informou que está acompanhando o caso de perto. A instituição também instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), que tramita em sigilo até a conclusão. Confira a nota na íntegra no final da reportagem.
De acordo com o boletim de ocorrência, as estudantes relataram que foram até a casa da professora para realizar uma avaliação proposta por ela. No local, no entanto, foram recebidas por dois homens — um idoso de aproximadamente 70 anos e um jovem de cerca de 30 — vestidos apenas com roupas íntimas.
Segundo os depoimentos, os homens fizeram comentários sobre os corpos das estudantes e as elogiaram de maneira inapropriada. Em determinado momento, uma das jovens teria sido beijada à força, enquanto as demais relataram ter sido abraçadas, tocadas e também beijadas pelo homem mais jovem.
Ainda conforme os relatos, a professora apareceu durante a situação e teria pedido a um terceiro homem que também estava na residência que retirasse os dois envolvidos. Apesar do ocorrido, a docente insistiu para que a prova fosse aplicada, mesmo diante do abalo emocional das alunas. Elas permaneceram na casa e só deixaram o local após o término da atividade.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar os fatos, que estão sendo investigados, inicialmente, como importunação sexual. As alunas devem prestar novos depoimentos nesta semana na Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), que assumiu a apuração do caso.
O g1 procurou o Ministério da Educação para saber se a realização de provas fora do ambiente universitário, como na casa de docentes, está prevista nos protocolos das universidades federais, mas ainda não obteve resposta.
O Ministério Público Federal também foi acionado para informar se irá investigar o caso e eventuais responsabilidades da universidade, mas ainda não retornou ao contato.
Nota na íntegra
A Reitoria da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) vem a público manifestar seu repúdio a todas as formas de violência contra as mulheres, especialmente diante da denúncia de importunação sexual envolvendo estudantes de Medicina na noite do dia 9 de junho de 2025.
A UFGD já está adotando os procedimentos de apuração e responsabilização no âmbito da Corregedoria da universidade, acompanhará o caso em contato com a Polícia Civil e prestará todo o apoio necessário para a apuração dos fatos, fornecendo as informações e documentos que forem demandados pelas autoridades competentes.
Internamente, a Universidade está adotando as providências cabíveis para garantir o acolhimento adequado às vítimas e assegurar que medidas disciplinares e administrativas sejam tomadas, conforme os regulamentos institucionais e a legislação vigente.
Reiteramos nosso compromisso com a promoção de um ambiente acadêmico seguro, respeitoso e livre de qualquer tipo de violência ou assédio. A UFGD seguirá trabalhando para fortalecer políticas de enfrentamento à violência de gênero e para promover a conscientização de toda a comunidade universitária.
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