Caso Adalberto: Autoridades refazem rota de homem que morreu no Autódromo de Interlagos

A morte do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior, ocorrida no dia 30 de maio nas dependências do Autódromo de Interlagos, em São Paulo, é alvo de uma investigação complexa conduzida pela Polícia Civil. O corpo da vítima foi encontrado em um buraco de três metros de profundidade, em uma área de obras restrita, e em circunstâncias que ainda não foram esclarecidas pelos peritos e investigadores.

Pontos Principais:

  • Corpo do empresário foi encontrado em buraco de obra restrita no Autódromo de Interlagos.
  • Polícia utilizou técnica de espelhamento para reconstituir o possível trajeto da vítima.
  • Depoimentos de organizadores e seguranças ajudam a traçar cronologia dos fatos.
  • Causa da morte foi compressão torácica; corpo estava sem calça e sem tênis.
  • Sangue foi localizado no carro da vítima e exames genéticos foram solicitados.
  • Câmera de capacete desapareceu e investigação considera crime com motivação não definida.

Adalberto havia participado de um evento de motocicletas no local, do qual também tomaram parte amigos e dezenas de outras pessoas. Ele foi visto por volta das 12h30 chegando ao evento e enviou sua última mensagem à esposa às 19h48. O conteúdo dessa comunicação não chegou a ser entregue, o que indica que o celular já estava desligado pouco depois do envio.

Adalberto Amarilio Junior foi ao evento de motos em Interlagos, enviou mensagem à esposa às 19h48 e não teve mais registros confirmados de sua movimentação após isso.
Adalberto Amarilio Junior foi ao evento de motos em Interlagos, enviou mensagem à esposa às 19h48 e não teve mais registros confirmados de sua movimentação após isso.

As investigações envolvem uma reconstituição detalhada do trajeto feito por Adalberto dentro e fora do autódromo. O mapeamento é baseado em depoimentos, imagens do local e croquis em 3D. A técnica utilizada, chamada espelhamento, tem como objetivo projetar o possível caminho percorrido pela vítima até o local onde seu corpo foi descoberto.

Reconstrução do trajeto e depoimentos

A polícia elaborou um croqui com base no depoimento de organizadores do evento, seguranças e imagens obtidas no dia da ocorrência. As linhas azuis do mapa indicam os pontos por onde o empresário circulou, tanto dentro quanto fora do evento. Já uma linha vermelha clara sugere um atalho possivelmente usado por ele ao tentar retornar ao veículo.

Cinco seguranças que trabalharam nos três dias de evento prestaram depoimentos, detalhando a movimentação e procedimentos de acesso ao autódromo. Os investigadores também aguardam um novo depoimento de Rafael, amigo que acompanhou Adalberto durante o evento, e relatou que os dois consumiram cerveja e maconha antes de se despedirem.

A reconstrução dos passos de Adalberto busca estabelecer a sequência exata dos acontecimentos entre sua última aparição pública e o momento em que foi encontrado morto. A área onde o corpo foi descoberto estava cercada por tapumes e restrita ao público, o que levanta a possibilidade de envolvimento de alguém com conhecimento prévio do local.

Hipóteses, achados e questionamentos

No momento, uma das hipóteses consideradas pela polícia é a de que Adalberto tenha sido colocado no buraco enquanto ainda estava vivo, mas desacordado. O Instituto Médico Legal identificou como causa da morte a compressão torácica, compatível com sufocamento por falta de espaço para respirar.

Apesar disso, o corpo não apresentava fraturas ou traumas graves. Havia escoriações superficiais e ausência de vestimentas inferiores e calçados. Até agora, duas calças foram encontradas em lixeiras próximas ao autódromo, mas nenhuma reconhecida como pertencente à vítima.

No carro do empresário, a perícia localizou vestígios de sangue em ao menos quatro pontos. O material será submetido a exames genéticos para verificar se pertence à vítima ou a outra pessoa. Também foi constatado que alguns itens da vítima permaneciam com o corpo, como celular, aliança e carteira, o que reduz a probabilidade de latrocínio.

Imagens, silêncio e lacunas

Embora câmeras tenham registrado a chegada de Adalberto ao autódromo, não há imagens conhecidas que mostrem sua saída ou o caminho até o estacionamento. O desaparecimento de sua câmera de capacete também é um elemento considerado relevante, já que poderia conter registros do suposto agressor.

Além disso, os exames toxicológicos e subungueais ainda não foram concluídos. Esses laudos devem indicar se houve substância sedativa envolvida, como na hipótese de uso de “boa noite, Cinderela”, e se houve luta corporal antes da morte.

A ausência de motivação clara também amplia as incertezas. Segundo o amigo Rafael e a esposa de Adalberto, ele não apresentava comportamentos estranhos, não se envolveu em discussões no evento e não possuía inimigos conhecidos. A presença de todos os pertences no corpo reforça a tese de que não houve tentativa de roubo.

Fone: CNN

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