Super Nintendo em 2025: quanto custaria o console com a inflação e o que isso revela sobre o Brasil

Em 1993, o Super Nintendo foi oficialmente lançado no Brasil, quatro anos após sua estreia no Japão, marcando uma nova etapa na experiência dos videogames para o público brasileiro. A entrada no país se deu por meio da Playtronic, uma joint-venture entre a fabricante de eletrônicos Gradiente e a tradicional Estrela, então conhecida pelo seu papel no setor de brinquedos. À época, o console desembarcou com o desafio de rivalizar com o já popular Mega Drive da TecToy, presente no mercado desde 1990.

Pontos Principais:

  • O Super Nintendo foi lançado no Brasil em 1993 por Cr$ 25.000, mais de quatro salários mínimos da época.
  • Com correção pela inflação, esse valor equivaleria hoje a R$ 907,54, enquanto o valor de 1999 corresponde a R$ 1.855,02.
  • O console continua sendo vendido no mercado de usados entre R$ 1.700 e R$ 2.000 em boas condições.
  • Alternativas como o Nintendo Switch Lite e o SNES Classic Edition oferecem acesso aos jogos por valores inferiores.
  • O Super Nintendo se consolidou como item de colecionismo e memória cultural, ainda relevante em 2025.

O lançamento não foi modesto. O SNES chegou às lojas com o preço de Cr$ 25.000, num contexto em que o salário mínimo era de Cr$ 5.534. Isso significava que, para adquirir o novo videogame, um trabalhador precisaria comprometer mais de quatro meses de renda, sem considerar outros custos básicos como alimentação ou moradia. Essa relação de preço demonstra o quão elitizado era o acesso aos consoles naquele momento histórico.

Quanto custa um Super Nintendo hoje e o que mudou desde o lançamento no Brasil. (Créditos: reprodução Inteligência Artificial)
Quanto custa um Super Nintendo hoje e o que mudou desde o lançamento no Brasil. (Créditos: reprodução Inteligência Artificial)

Com a implantação do Plano Real em 1994, o valor do console foi convertido para R$ 319. O preço foi sendo ajustado ao longo dos anos, e em 1997 já era possível encontrar o SNES nas prateleiras por R$ 269, muitas vezes com o jogo Super Mario World incluído no pacote. No fim da década, a versão Baby do console chegava ao consumidor com dois controles e dois jogos, ainda custando R$ 269.

Corrigindo os valores de 1993 com base no IPCA, o preço de lançamento do Super Nintendo seria equivalente a R$ 907,54 em 2025. Já o preço de R$ 269, praticado em 1999, atualizado pela inflação, corresponderia a R$ 1.855,02 nos dias atuais. Isso significa que o valor mais baixo registrado ao fim da vida útil comercial do console ainda supera o salário mínimo de 2025, fixado em R$ 1.518.

Comparações com o cenário atual ajudam a entender a transformação do mercado. Hoje, é possível adquirir um Nintendo Switch Lite por R$ 800 em promoções, e com uma assinatura anual de R$ 120, o usuário pode acessar mais de 80 jogos do Super Nintendo através do serviço Nintendo Switch Online. A versão Classic Edition do SNES, lançada em 2017 com 21 jogos na memória, também foi vendida no Brasil entre R$ 700 e R$ 1.000.

Apesar dessas facilidades tecnológicas, o mercado de colecionadores se mantém aquecido. Consoles originais do Super Nintendo, com acessórios em bom estado, costumam ser comercializados entre R$ 1.700 e R$ 2.000 em plataformas de revenda como Mercado Livre e OLX. Isso mostra que, mesmo com alternativas mais práticas e econômicas, o interesse pelo console original ainda é forte entre os nostálgicos e entusiastas.

O Super Nintendo não é mais apenas um videogame: tornou-se um objeto de memória cultural. A estética do aparelho, os cartuchos físicos, os controles originais e a experiência tátil de manusear esses itens são aspectos que continuam valorizados. Para muitos, o investimento elevado representa uma forma de resgatar experiências da infância ou adolescência.

Além disso, o preço corrigido do SNES também aponta para um retrato mais amplo da evolução econômica no Brasil. O poder de compra em relação a bens eletrônicos mudou, e hoje há mais acessibilidade, embora a desigualdade ainda esteja presente. O fato de que o console custava quatro vezes o salário mínimo em 1993 e ainda hoje supera esse valor atualizado diz muito sobre o comportamento do consumo e a estrutura do mercado.

O Super Nintendo continua presente na cultura brasileira, mesmo em meio a lançamentos modernos e tecnologias inovadoras. Seu valor de mercado atual, seu impacto histórico e a forma como ele ainda movimenta debates sobre nostalgia, consumo e economia mostram como um produto de décadas atrás pode manter relevância — não apenas pelo que representa em termos de entretenimento, mas também por ser reflexo de um país em transformação.

Com informações de Historiadosvideogames, Estadao e Canaltech.

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