STF: 2º dia de interrogatórios inclui ex-chefe da Marinha e pode ter Bolsonaro

Nesta terça-feira (10), o Supremo Tribunal Federal (STF) dá continuidade aos interrogatórios dos réus envolvidos no chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe. O primeiro a ser ouvido no dia será o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha.Garnier foi comandante da Marinha entre abril de 2021 e dezembro de 2022. De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), ele teria aderido à proposta golpista e assegurado ao então presidente Jair Bolsonaro que sua tropa estava à disposição. Enquanto generais contrários à ruptura institucional foram alvo de ataques do grupo, Garnier teria sido exaltado como “patriota”.CONTEÚDO RELACIONADOCid: Bolsonaro buscava fraude nas urnas para justificar intervençãoMoraes rebate defesa de Heleno em sessão do STF e arranca risadasVeja como foi o 1º dia de interrogatório dos réus da trama golpistaOs interrogatórios são conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, faz seus questionamentos, e as defesas dos demais réus podem participar.Quer mais notícias de política? Acesse o canal do DOL no WhatsApp.Garnier será o terceiro interrogado. No primeiro dia de depoimentos, Moraes ouviu Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O ministro Luiz Fux também participou da sessão, sendo o único integrante da primeira turma do STF a comparecer, fazendo perguntas a Cid e Ramagem.COMO FOI O PRIMEIRO DIA?Mauro Cid confirmou a existência da tentativa de golpe, mas negou ter participado diretamente. Ele afirmou ter testemunhado os fatos e disse que não sofreu nenhum tipo de coação ao prestar delação.O ex-ajudante de ordens revelou que Bolsonaro chegou a ler a minuta golpista e até fez alterações no documento, removendo a parte que previa a prisão de autoridades, deixando apenas o nome de Moraes.Cid também declarou que recebeu dinheiro em uma caixa de vinho entregue ao major Rafael de Oliveira a pedido do general Braga Netto, indicando que o montante seria usado para financiar ações do golpe.Já Ramagem, ex-chefe da Abin, admitiu que não havia provas de fraudes nas urnas eletrônicas, apesar de ter feito anotações privadas sobre o tema. Ao ser questionado por Moraes sobre um possível monitoramento de ministros do STF, negou qualquer uso da Abin para esse fim.O ministro Alexandre de Moraes protagonizou momentos que arrancaram risos ao longo da sessão. Quando o advogado do general Augusto Heleno pediu para começar a sessão do dia seguinte após as 9h para “minimamente poder jantar”, Moraes concedeu o pedido, definindo o início para “9h02”.O QUE VEM A SEGUIR?Os interrogatórios seguem ordem alfabética após Mauro Cid. Nesta terça-feira (10), além de Garnier, serão ouvidos os ex-ministros Anderson Torres e Augusto Heleno. As sessões continuam até sexta-feira (14), podendo ser concluídas antes.O general Walter Braga Netto será o único réu interrogado de forma virtual, já que está preso no Rio de Janeiro. Ele será o último a depor, participando por videoconferência.LISTA DE RÉUS INTERROGATÓRIOS, EM ORDEM:1. Mauro Cid (ex-ajudante de ordens da Presidência e delator)2. Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin)3. Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)4. Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)5. Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)6. Jair Bolsonaro (ex-presidente da República)7. Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)8. Walter Braga Netto (general da reserva e ex-ministro da Casa Civil)
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