Risco fiscal e baixa produtividade travam o crescimento do Brasil, alerta MB Associados

A MB Associados divulgou seu Comentário Macroeconômico Quinzenal destacando dois entraves centrais que comprometem o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro: o desequilíbrio fiscal e a baixa produtividade. A consultoria aponta que, apesar de alguns dados positivos pontuais, como o crescimento do PIB no 1º trimestre de 2025, o cenário estrutural segue frágil.

O documento destaca que o crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2025, puxado pelo consumo das famílias, não se sustenta no médio prazo. A melhora da renda real e do mercado de trabalho, aliada à redução da taxa de juros, ajudou no desempenho recente, mas não resolve a fragilidade estrutural do modelo de crescimento. “Os efeitos da política monetária expansionista já estão se dissipando, enquanto o ambiente fiscal pressiona cada vez mais o espaço para estímulos futuros”, aponta a consultoria.

Fiscal sob risco crescente

A análise enfatiza que o cenário fiscal brasileiro se agravou consideravelmente. O aumento dos gastos obrigatórios, somado à arrecadação mais fraca e às resistências políticas para aprovar medidas de ajuste, reduzem a margem de manobra do governo. A MB Associados afirma que há um descolamento entre o discurso oficial de responsabilidade fiscal e a prática, com metas de superávit sendo abandonadas ou flexibilizadas.

O risco de não cumprimento das metas fiscais afeta diretamente a ancoragem das expectativas de inflação e a curva de juros, o que pode forçar o Banco Central a adotar uma postura mais cautelosa nos próximos meses”, avalia o relatório.

Produtividade estagnada limita crescimento sustentável

Outro ponto crítico é a produtividade, que segue estagnada há anos no Brasil. O relatório aponta que, sem reformas estruturais — especialmente no campo tributário, educacional e da competitividade —, o país não conseguirá sustentar taxas de crescimento robustas. “A melhora recente do PIB esconde a ausência de motores consistentes de crescimento”, diz a MB Associados.

Mesmo setores com bom desempenho, como o de serviços, podem perder tração se os gargalos estruturais persistirem. A consultoria também chama atenção para a falta de investimentos públicos e privados, especialmente em infraestrutura e tecnologia.

Fiscal no radar: pressões inflacionárias seguem monitoradas

Apesar do recuo recente do IPCA, a MB Associados acredita que o cenário inflacionário ainda exige vigilância. Fatores como a alta dos alimentos, a possível volta da bandeira vermelha na conta de luz e o impacto da desvalorização cambial mantêm a inflação sob risco. “O espaço para cortes adicionais na Selic está cada vez mais restrito. O Banco Central deve adotar cautela para não comprometer a credibilidade do regime de metas”, alerta o texto.

Para a MB Associados, o Brasil vive uma fase de alívio cíclico, mas com problemas estruturais que continuam sem solução. A necessidade de reformas, de ajuste fiscal e de aumento da produtividade é urgente para garantir um crescimento sustentável. Sem isso, o país permanecerá preso em um ciclo de baixo crescimento, juros altos e desequilíbrio fiscal.

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