Parceria entre OpenAI e Google Cloud redefine disputa por infraestrutura de IA

A OpenAI, responsável por criar o ChatGPT, oficializou um acordo com o Google Cloud para ampliar sua capacidade computacional. A aliança, concluída em maio de 2025, marca um momento decisivo na arquitetura das grandes parcerias tecnológicas. Até então, a startup mantinha vínculo exclusivo com a Microsoft para o fornecimento de nuvem — um contrato firmado em 2019 que agora foi flexibilizado. A mudança permite à empresa diversificar seus provedores de infraestrutura e ampliar seu alcance estratégico no setor de IA.

Pontos Principais:

  • OpenAI firmou acordo com o Google Cloud para ampliar infraestrutura computacional.
  • Parceria rompe exclusividade com a Microsoft, vigente desde 2019.
  • Google fornecerá TPUs para treinar e operar os modelos da OpenAI.
  • Movimento reflete pressão sobre a Alphabet para justificar altos investimentos em IA.
  • OpenAI também conta com SoftBank e Oracle no projeto Stargate, de US$ 500 bilhões.
  • Microsoft e OpenAI reavaliam participação acionária e termos contratuais antigos.
  • Parceria pode reposicionar o Google Cloud frente à Amazon Web Services e Microsoft Azure.
  • Demanda crescente por poder de processamento impulsiona cooperação entre concorrentes.
  • Google já enfrenta dificuldades para atender clientes corporativos na nuvem.
  • Setor de IA avança para uma era de interdependência estratégica entre big techs.

Segundo informações obtidas pela Reuters, Binance News e Exame, as negociações entre as empresas aconteceram discretamente durante meses. A Microsoft, que investiu bilhões na OpenAI e integra sua tecnologia ao pacote Office e ao buscador Bing, permanece como parceira. No entanto, a startup agora amplia seus horizontes ao buscar novos aliados para suprir sua crescente demanda por processamento. A colaboração com o Google é mais uma peça no tabuleiro de uma corrida bilionária pela supremacia da inteligência artificial.

OpenAI fecha aliança com Google Cloud, rompe exclusividade com Microsoft e reconfigura cenário da IA. (Créditos: reprodução Inteligência Artificial)
OpenAI fecha aliança com Google Cloud, rompe exclusividade com Microsoft e reconfigura cenário da IA. (Créditos: reprodução Inteligência Artificial)

O Google fornecerá unidades de processamento de tensores, as chamadas TPUs — componentes de alto desempenho anteriormente restritos ao uso interno. A decisão de oferecer esse poder computacional à OpenAI demonstra uma mudança de postura da Alphabet, pressionada por investidores a justificar os investimentos previstos de até US$ 75 bilhões em IA somente em 2025. A nova estratégia mira grandes clientes e contratos robustos, como o que já mantém com a Apple e outras startups do setor.

Mesmo sendo concorrentes diretas, OpenAI e Google decidiram cooperar em nome de um objetivo comum: garantir escala e resiliência para modelos de linguagem cada vez mais exigentes. Para a OpenAI, o movimento representa mais do que ganho de performance — é uma ruptura com a dependência de um único fornecedor. Essa descentralização também se reflete em outras iniciativas, como o projeto Stargate, conduzido em parceria com Oracle e SoftBank, estimado em US$ 500 bilhões.

Internamente, o Google lida com desafios operacionais. Durante uma conferência com acionistas, a diretora financeira da Alphabet, Anat Ashkenazi, admitiu que a empresa enfrentou dificuldades para atender à demanda dos clientes corporativos no primeiro trimestre. A chegada da OpenAI pode aumentar essa pressão, mas também reforça a credibilidade da nuvem da empresa frente a rivais como Amazon Web Services e a própria Microsoft Azure.

O acordo ocorre em um momento delicado para o Google, que vê sua hegemonia no mercado de buscas ameaçada justamente pela popularização dos chatbots de IA — muitos deles operando com tecnologia da OpenAI. A parceria, nesse contexto, pode ser interpretada como uma tentativa de mitigar riscos e capturar parte do valor gerado pelos concorrentes.

Do lado da OpenAI, a medida vem logo após a startup anunciar que atingiu US$ 10 bilhões em receita anual. Com metas agressivas para 2029, a empresa adota uma postura mais robusta em termos de infraestrutura, apostando na redundância e em múltiplos fornecedores para sustentar sua expansão. A escolha pelo Google Cloud, nesse sentido, é menos ideológica e mais pragmática: ela amplia o leque técnico e reduz vulnerabilidades.

Fontes próximas às negociações indicam ainda que a Microsoft e a OpenAI estão reavaliando os termos de seus investimentos e participação acionária. Nenhuma das empresas comentou oficialmente o novo acordo, mas o silêncio pode ser estratégico. O que se sabe é que a era de exclusividade parece ter ficado para trás — e com ela, uma fase em que alianças entre gigantes da tecnologia seguiam uma lógica rígida de competição.

Para o setor como um todo, o movimento representa uma guinada relevante. A lógica de cooperação entre rivais reforça a ideia de que, para além da disputa comercial, a inteligência artificial impõe um novo paradigma: o de alianças técnicas capazes de sustentar, em escala global, modelos que exigem volumes de dados e energia sem precedentes.

Com informações de Canaltech, Exame e Binance.

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