Nego Di condenado junto com sócio pode pegar mais de 11 anos de prisão por estelionato

A Justiça do Rio Grande do Sul condenou o humorista e ex-BBB Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, a 11 anos e 8 meses de prisão por estelionato em um caso envolvendo uma loja virtual que vendia produtos eletrônicos a preços muito abaixo do mercado. O julgamento concluiu que ele e seu então sócio, Anderson Bonetti, participaram de um esquema estruturado que gerou prejuízos a consumidores de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, entre março e julho de 2021. O nome da loja, “Tadizuera”, ganhou notoriedade após os clientes relatarem não ter recebido os produtos nem o reembolso dos valores pagos.

A Justiça do RS condenou Nego Di por um golpe com loja virtual que lesou consumidores entre março e julho de 2021 em Canoas.
A Justiça do RS condenou Nego Di por um golpe com loja virtual que lesou consumidores entre março e julho de 2021 em Canoas.

O caso foi conduzido pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Canoas. Na sentença, a juíza Patrícia Pereira Krebs Tonet classificou a operação como uma ação meticulosa voltada a ludibriar consumidores de menor poder aquisitivo. Ela destacou o uso da imagem pública de Nego Di como fator determinante para conferir falsa credibilidade à loja virtual. A pena para ambos os réus foi igual, embora as defesas argumentem que as condutas individuais não foram devidamente diferenciadas no processo.

Nego Di permaneceu preso preventivamente por mais de quatro meses em 2024, após ter sua prisão decretada um ano depois da conclusão do inquérito policial. Segundo sua defesa, o humorista não era sócio formal da loja e apenas cedeu sua imagem, confiando na idoneidade do então parceiro de negócios. Ainda de acordo com os advogados, ele teria ressarcido parte das vítimas voluntariamente durante o curso do processo. A defesa alega que a repercussão foi ampliada de maneira distorcida pela imprensa, que cita mais de 300 vítimas, quando a denúncia formal trata de 18.

O próprio humorista declarou em audiência que pretendia “pagar as pessoas e resolver a vida”, reforçando a narrativa de que foi enganado por Anderson Bonetti. Os vídeos da audiência, ocorrida em outubro de 2024, mostram Nego Di tentando explicar à juíza e ao Ministério Público que não possuía controle sobre as operações da loja. Apesar disso, a Justiça concluiu que sua participação foi decisiva para o sucesso do golpe, especialmente pela confiança que inspirava nos consumidores.

Além do caso criminal, Nego Di também foi alvo de sanções judiciais em maio de 2024 por divulgar informações falsas durante a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul. Ele publicou conteúdos enganosos em suas redes sociais sobre cadáveres e o bloqueio de embarcações de resgate por autoridades. A Justiça determinou a exclusão do material e aplicou multa de até R$ 100 mil em caso de reincidência.

A defesa de Nego Di informou que recorrerá da condenação, apontando falhas processuais, ausência de dolo e tratamento genérico dado aos réus na sentença. Segundo os advogados, a prisão preventiva foi autorizada logo após o humorista criticar publicamente o governo estadual durante a crise climática no RS, levantando suspeitas sobre a motivação da medida judicial. Eles sustentam que o humorista colaborou com as investigações e manteve postura respeitosa durante todo o processo.

Já a defesa de Anderson Bonetti também anunciou recurso. Os advogados questionam o fato de ele não ter obtido o direito de recorrer em liberdade, ao contrário de Nego Di. Alegam que a manutenção do sócio em regime fechado compromete a reparação dos prejuízos às vítimas, já que ele permanece sem poder trabalhar para gerar recursos. A defesa também argumenta que a igualdade de tratamento entre os dois réus foi violada, dado que enfrentam a mesma acusação, mas estão em condições distintas de cumprimento da pena.

Fonte: Wikipedia e G1.

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