IPCA desacelera para 0,26%; Conta de luz pesa, mas alimentos ajudam a segurar

A inflação brasileira deu sinais de alívio em maio, com o IPCA subindo 0,26% no mês, abaixo da expectativa do mercado financeiro. A projeção mediana entre analistas ouvidos pela Reuters apontava para 0,33%, mas a divulgação do IBGE revelou uma desaceleração puxada principalmente pela redução no preço de alimentos e pelo recuo no grupo Transportes. Ainda assim, o índice acumulado em 12 meses ficou em 5,32%, mantendo pressão sobre o orçamento das famílias.

Pontos Principais:

  • IPCA de maio sobe 0,26%, abaixo da projeção de 0,33% do mercado.
  • Inflação acumulada em 12 meses atinge 5,32%, segundo o IBGE.
  • Energia elétrica sobe 3,62% e lidera as altas, com impacto de bandeira amarela.
  • Alimentos como tomate e arroz caem, contribuindo para desaceleração.
  • Grupo Transportes recua 0,37%, aliviando a composição geral do IPCA.
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Entre os principais vetores que influenciaram o número do mês, está o grupo Habitação, que avançou 1,19% e contribuiu com 0,18 ponto percentual no resultado geral. O destaque foi a energia elétrica residencial, cujo preço disparou 3,62% após a ativação da bandeira tarifária amarela, elevando os custos na conta de luz com uma cobrança adicional de R$ 1,885 por cada 100 kWh. O impacto da recomposição de PIS/COFINS também foi determinante nesse comportamento.

Tomate, arroz e frutas caem de preço e aliviam o bolso do consumidor em maio, refletindo aumento da oferta e ajudando a frear a inflação no país - Foto: José Cruz/Agência Brasil
Tomate, arroz e frutas caem de preço e aliviam o bolso do consumidor em maio, refletindo aumento da oferta e ajudando a frear a inflação no país – Foto: José Cruz/Agência Brasil

Por outro lado, os preços dos alimentos apresentaram desaceleração expressiva. O grupo Alimentação e Bebidas teve alta de apenas 0,17% em maio, ante 0,82% em abril, a menor variação desde agosto de 2024. Produtos como tomate (-13,52%), arroz (-4,00%), ovo de galinha (-3,98%) e frutas (-1,67%) ajudaram a aliviar o índice. A oferta mais favorável, especialmente no caso do tomate, foi essencial para essa mudança de rumo.

Apesar das quedas generalizadas entre os alimentos in natura, alguns itens ainda pressionaram o orçamento das famílias. A batata-inglesa subiu 10,34%, seguida pela cebola (10,28%), café moído (4,59%) e carnes (0,97%). Segundo o IBGE, o comportamento da batata reflete uma safra de inverno que ainda não atende plenamente à demanda, enquanto o aumento da cebola está ligado à importação do produto, principalmente da Argentina.

O grupo Transportes também colaborou para a moderação da inflação, com retração de 0,37% no mês. Essa redução compensou parcialmente o aumento verificado em Habitação, funcionando como um fator de equilíbrio para o IPCA. Os dados indicam que, mesmo com altas pontuais em serviços essenciais, há espaço para acomodação de preços diante de variações sazonais na oferta de produtos alimentícios.

No cenário mais amplo, os três grupos de maior peso no IPCA — Alimentação e Bebidas, Habitação e Transportes — respondem por 57% do índice. A combinação entre queda dos alimentos e redução nos transportes neutralizou o impacto da energia elétrica. O gerente da pesquisa do IBGE destacou que essa dinâmica mostra como o comportamento dos preços é afetado por fatores externos, como clima, política fiscal e estrutura de tarifas públicas.

Ainda que o resultado de maio tenha surpreendido positivamente o mercado, a inflação segue em patamar elevado. O desempenho dos próximos meses dependerá do comportamento dos serviços, da política monetária e da evolução dos preços administrados. Os dados reforçam a necessidade de atenção à composição do índice, que segue sensível a choques específicos e medidas regulatórias.

Fonte: IBGE.

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