Governo mira bolso do investidor com tributação de LCI e LCA, analisa CIO da MSX

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A proposta do governo de aplicar uma alíquota única de 17,5% na tributação de investimentos em títulos de renda fixa emitidos a partir de 2026 vem gerando atenção no mercado. Segundo Marco Saravalle, CIO da MSX Invest, a intenção é substituir a tabela regressiva atual por uma cobrança fixa, além de alterar o regime de tributação de ativos hoje incentivados, como LCIs, LCAs, CRIs, CRAs e debêntures incentivadas.

O ministro Fernando Haddad já declarou que esses títulos vão deixar de ser isentos, mas continuarão sendo incentivados. Isso quer dizer que haverá tributação, mas com algum diferencial ainda vantajoso frente a produtos tradicionais”, explicou Saravalle.

Fim da tabela de tributação regressiva pode desestimular investimentos de longo prazo

Mas na prática, isso é um pouco diferente. Hoje, o investidor paga menos imposto quanto maior o prazo da aplicação. Com a nova proposta, esse benefício desaparece: todos os prazos seriam tributados à mesma alíquota de 17,5%, o que muda a lógica da renda fixa no país.

Prazo de Acumulação Alíquota Atual Proposta para 2026
Até 180 dias 22,5% 17,5%
De 181 a 360 dias 20% 17,5%
De 361 a 720 dias 17,5% 17,5%
Acima de 720 dias 15% 17,5%

Isso pode desestimular o investimento em prazos mais longos, já que não haverá benefício tributário adicional por manter o recurso investido por mais tempo.

Essa proposta tende a desincentivar a renda fixa de longo prazo. O investidor, sem o estímulo da alíquota regressiva, pode preferir aplicações mais curtas, o que altera o comportamento da alocação no mercado”, observa Saravalle.

Tributação de ativos isentos: perde competitividade, mas seguem relevantes

Para Saravalle, mesmo com a nova regra de tributação, os ativos hoje isentos ainda devem manter alguma atratividade, embora com menor vantagem comparativa frente a CDBs e outros títulos que já são tributados. A análise entre taxa, prazo e risco se tornará mais criteriosa.

A diferença entre produtos incentivados e os tradicionais tende a diminuir. A vantagem não desaparece completamente, mas fica mais sutil. Isso deve provocar uma reavaliação das carteiras por parte dos investidores”, diz.

Ainda segundo o CIO da MSX Invest, não se espera uma migração em massa desses papéis, mas pode haver realocação parcial para outros instrumentos, como títulos públicos ou produtos com estrutura de tributação mais simples.

Saravalle ressalta que o investidor precisará fazer mais contas antes de decidir onde investir. A nova estrutura de tributação pode gerar distorções no curto prazo e afetar o apetite ao risco.

É sempre difícil comparar ativos com riscos diferentes, mas, se o benefício tributário diminuir, o investidor pode momentaneamente preferir outros papéis, inclusive de prazos mais curtos, ou até migrar para instrumentos que hoje não estavam no radar”, conclui.

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