Duelo decisivo nas alturas: Bolívia e Chile medem forças em El Alto; onde assistir pela 16ª rodada das Eliminatórias (10/06)

A cidade de El Alto, na Bolívia, será palco de um confronto decisivo nesta terça-feira, 10 de junho, às 17h (de Brasília), pela 16ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. O embate entre Bolívia e Chile carrega mais do que a rivalidade habitual entre duas seleções tradicionais do continente: envolve sobrevivência, superação física e um cenário desafiador. Em um campeonato em que os seis primeiros colocados garantem vaga direta e o sétimo ainda briga pela repescagem, cada ponto nesta reta final se tornou ouro — especialmente para seleções que oscilam entre frustrações e lampejos de esperança.

A Bolívia chega ao jogo com 14 pontos e ocupa a 8ª colocação, sendo um dos times que ainda nutrem chances reais de alcançar a zona de classificação. O retrospecto recente frente ao Chile é animador: a seleção boliviana venceu o adversário por 2 a 1 tanto fora quanto em casa nesta mesma campanha. Essas vitórias, inéditas em sequência contra os chilenos, elevaram a moral da equipe e reacenderam a chama da torcida local. O fator altitude, neste contexto, não é detalhe — é diferencial. Jogar a mais de 4.000 metros acima do nível do mar transforma a dinâmica do jogo, exigindo condicionamento extremo e adaptação que poucos visitantes conseguem alcançar.

O Chile, por sua vez, vive um momento delicado. Com apenas 10 pontos conquistados, a seleção ocupa a 10ª colocação e sabe que uma derrota em El Alto significaria praticamente o adeus ao sonho de ir ao Mundial de 2026. Mesmo com o comando de Ricardo Gareca, treinador experiente e conhecedor do futebol sul-americano, o time ainda busca equilíbrio em campo. A última vitória fora de casa contra a Bolívia em Eliminatórias aconteceu há mais de sete anos, e desde então, a equipe não tem conseguido se impor nem mesmo em casa. O desafio agora é superar um ambiente historicamente hostil, com clima rarefeito e adversário em ascensão.

Historicamente, o duelo entre as duas seleções apresenta números favoráveis ao Chile: são 10 vitórias contra 4 da Bolívia, além de 3 empates, considerando os confrontos em Eliminatórias. No entanto, o cenário atual mostra uma inversão de protagonismo. O fator casa, a altitude e a evolução tática boliviana pesam. Em especial, o Estadio Municipal de El Alto tem sido um verdadeiro caldeirão para visitantes — e as vitórias recentes comprovam isso. Jogadores da casa estão habituados ao desgaste que o ar rarefeito impõe, enquanto os visitantes costumam sentir os efeitos já na metade do primeiro tempo, com cansaço precoce e queda de desempenho físico.

O aspecto emocional também deve pesar. A Bolívia encara o jogo como uma chance concreta de manter-se viva na disputa, alimentando o sonho de disputar a repescagem ou até mesmo ultrapassar adversários diretos nas rodadas finais. A postura em campo tende a ser ofensiva, aproveitando o ritmo inicial, que costuma ser fatal aos adversários despreparados para o fôlego que a altitude exige. Já o Chile precisa mais do que disposição: precisa encontrar soluções para um sistema que, até agora, tem falhado em momentos decisivos. A falta de criatividade no meio-campo e a instabilidade defensiva têm custado caro.

No banco de reservas, o duelo tático promete ser tão interessante quanto o técnico. Antônio Carlos Zago, treinador da Bolívia, tem conseguido manter o time coeso e competitivo mesmo diante das limitações técnicas. Sua estratégia tem sido clara: explorar o fator casa com intensidade nos primeiros 30 minutos e administrar o resultado com linhas compactas. Gareca, por sua vez, precisará encontrar alternativas em um elenco que já mostrou ter dificuldade para propor jogo fora de casa. Substituições inteligentes e leitura rápida das condições físicas dos atletas serão cruciais para evitar um desfecho precoce nas pretensões chilenas.

Com apenas duas rodadas restantes após esta, a partida assume tons dramáticos. Os seis primeiros da tabela têm encaminhado suas vagas, e a disputa pela repescagem está acirrada. Para a Bolívia, vencer em casa pode representar uma escalada surpreendente rumo ao sétimo lugar. Para o Chile, uma derrota praticamente selaria o fim da campanha, restando apenas lamentos de um ciclo abaixo das expectativas. Nesse cenário, a partida entre bolivianos e chilenos representa não só um jogo — mas um julgamento de competência, preparo físico e controle emocional, exatamente o tipo de duelo que define o espírito das Eliminatórias Sul-Americanas.

Fonte: CNN e Ge.

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