Brasileiro detido em Israel faz greve de fome e água

A ajuda humanitária que estava indo para Gaza em um barco com influencers foi interceptada e os passageiros foram detidos. Com isso, alguns resolveram fazer protestos contra as forças israelenses e a guerra no Oriente Médio. O ativista brasileiro Thiago Ávila iniciou uma greve de fome e de sede após ser detido pelas autoridades israelenses durante uma missão humanitária com destino à Faixa de Gaza. A embarcação em que ele estava, junto a outros 11 voluntários internacionais — entre eles a ativista sueca Greta Thunberg — foi interceptada por forças israelenses no domingo (8), antes de alcançar o território palestino.Segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira (9) pelo Centro Jurídico pelos Direitos da Minoria Árabe em Israel (Adalah), o protesto de Ávila começou às 4h da manhã no horário local (22h de Brasília). A organização relatou ainda que os ativistas detidos estão sendo mantidos em condições insalubres sob custódia do Serviço de Imigração e População de Israel (IPS), com relatos de infestações de percevejos e fornecimento de água imprópria para consumo.“O Estado pediu ao tribunal que mantenha os ativistas sob custódia até sua deportação. De acordo com a Lei de Entrada em Israel, indivíduos que recebem ordens de deportação devem permanecer detidos por 72 horas antes de serem removidos à força, a menos que concordem em sair antes”, informou a Adalah. A organização também exige a libertação imediata e incondicional de todos os voluntários.CONTEÚDOS RELACIONADOS: Brasileiro é detido por Israel em Gaza; Greta Thunberg também foi capturadaAtivistas Pró-Palestina do veleiro Madleen serão deportados de Israel Na manhã desta terça-feira (10), Greta Thunberg deixou Israel em um voo com escala em Paris, após aceitar a deportação, informou o Ministério das Relações Exteriores israelense. No entanto, cinco dos seis cidadãos franceses da tripulação recusaram-se a assinar suas ordens de deportação e deverão comparecer perante uma autoridade judicial israelense.Também nesta terça, oito dos doze ativistas que integravam a flotilha “Freedom Flotilla Madleen” foram levados a uma audiência no Tribunal de Revisão de Detenção em Ramleh. Os outros quatro voluntários já haviam sido deportados anteriormente. Durante a sessão, foram analisadas as ordens de custódia emitidas pelo Ministério do Interior de Israel.Quer mais notícias do Brasil? Acesse nosso canal no WhatsAppA Adalah denunciou que Israel está tratando os ativistas como se tivessem “entrado ilegalmente” no país, embora a interceptação da embarcação tenha ocorrido em águas internacionais. “Todos os doze foram informados de que estão proibidos de entrar em Israel pelos próximos 100 anos”, acrescentou a organização. As audiências duraram cerca de cinco horas.A interceptação da flotilha e a prisão dos voluntários ocorrem em meio à crescente pressão internacional por corredores humanitários em Gaza, que vive uma grave crise humanitária em decorrência do conflito entre Israel e o Hamas.Em entrevista à Veja, Thiago alertou sobre os perigos de levar um pequeno veleiro carregado de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, onde quase toda a população enfrenta um “risco crítico” de fome. Na ocasião, antecipou que não ficaria surpreso com um desfecho negativo, como o que veio a ocorrer três dias depois, no domingo, e afirmou estar preparado para o pior.
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