Ativistas Pró-Palestina do veleiro Madleen serão deportados de Israel

Após a interceptação do veleiro Madleen, que levava insumos e ajuda humanitária para vítimas da guerra entre Israel e Palestina, na Faixa de Gaza, o governo israelense tomou uma decisão.Israel anunciou nesta terça-feira (10) o início da deportação de 12 ativistas pró-palestinos, incluindo a renomada ativista climática sueca Greta Thunberg, após suas forças navais interceptarem o iate no Mar Mediterrâneo.Leia tambémBrasileiro é detido por Israel em Gaza; Greta Thunberg também foi capturadaIsrael diz que impedirá entrada de barco com Greta e brasileiroEntre os ativistas deportados está o brasileiro Thiago Ávila, que já chegou ao aeroporto de Tel Aviv. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou a informação na noite de segunda-feira, mas ainda não divulgou detalhes sobre seu retorno ao país.Quer receber mais notícias sobre o conflito na Faixa de Gaza? Acesse o canal do DOL no WhatsApp!Greta Thunberg aceita deportaçãoO Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou que Greta Thunberg embarcou na manhã desta terça-feira em um voo de Tel Aviv para a França, após concordar com sua deportação. A informação foi divulgada junto com uma foto da ativista dentro da aeronave.Ativistas franceses resistem à deportaçãoA situação se complicou para os ativistas franceses a bordo. Segundo autoridades francesas, cinco dos seis cidadãos franceses se recusaram a assinar suas ordens de deportação e serão levados perante uma autoridade judicial israelense. Entre esses franceses estão:Rima Hassan – deputada do Parlamento Europeu;Omar Faiad – jornalista da Al Jazeera.O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, confirmou que apenas um dos seis franceses concordou em sair voluntariamente.O iate Madleen e sua missãoO Madleen, iate operado pela Coalizão da Flotilha da Liberdade (FFC), foi interceptado quando tentava entregar uma quantidade “simbólica” de ajuda humanitária a Gaza, incluindo:Fórmula para bebês;Alimentos;Medicamentos.A embarcação partiu da Itália em 1º de junho com o objetivo de conscientizar sobre a crise humanitária em Gaza e desafiar o bloqueio naval israelense.Resposta israelense: “Iate para Selfies”Israel classificou a iniciativa como um “iate para selfies”, minimizando o impacto da ação. O Ministério das Relações Exteriores israelense declarou no X (antigo Twitter):”Enquanto Greta e outros tentavam encenar uma provocação midiática com o único propósito de ganhar publicidade — e que incluía menos do que um caminhão de ajuda humanitária —, mais de 1,2 mil caminhões de ajuda entraram em Gaza vindos de Israel nas últimas duas semanas.”Bloqueio Naval: justificativa de segurança vs. críticas internacionaisIsrael justifica seu bloqueio a Gaza como medida necessária para impedir que armas cheguem aos combatentes do Hamas. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, havia alertado no domingo que o país agiria contra qualquer tentativa de romper o bloqueio.Por outro lado, a FFC argumenta que o bloqueio marítimo é ilegal e classifica as declarações israelenses como ameaças de uso ilegal da força contra civis.Precedente trágico: caso Mavi MarmaraO episódio relembra o trágico incidente de 2010, quando soldados israelenses mataram dez ativistas turcos ao abordarem o navio turco Mavi Marmara, que liderava uma flotilha de ajuda humanitária com destino a Gaza.Recentemente, Israel começou a permitir entrada limitada de ajuda humanitária em Gaza após três meses de bloqueio terrestre. A distribuição é priorizada através da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada por Israel e Estados Unidos, mas criticada por grupos humanitários internacionais.Segundo dados israelenses, a GHF distribuiu cerca de 11 milhões de refeições diretamente aos civis em Gaza nas últimas semanas.Contexto do conflitoO conflito atual completa 20 meses desde que Israel lançou sua campanha militar em Gaza em resposta ao ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, que resultou em aproximadamente 1.200 mortes israelenses e 251 reféns.De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, pelo menos 54.880 pessoas foram mortas no território desde o início das operações militares israelenses.
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