A curta visita de Greta Thunberg

Thiago Ávila e Greta sobre o iate MadleenReprodução

Nesta semana, a jornada da ativista do clima sueca Greta Thunberg rumo a Gaza chegou ao fim. Após obter apoio financeiro de um militante do Hamas, formar um grupo com outras 11 pessoas que, juntas, embarcaram em um iate para “romper o cerco de Gaza” (sic), a jovem foi resgatada pelo Exército israelense depois de passar algumas horas sem GPS nas águas do Mar Mediterrâneo.

Muito se falou no último mês sobre dessa iniciativa, mas só há pouco tempo ficou claro que seu criador e financiador é um jornalista palestino-inglês, Zaher Birawi, descrito pelo Parlamento Britânico e por Israel como um “operativo” do Hamas. Ele já foi fotografado ao lado de líderes do grupo como Yahya Sinwar, e preside o Europal Forum, uma entidade considerada terrorista.

Entre os ativistas havia um brasileiro, chamado Thiago Ávila, que concorreu recentemente a um posto de deputado federal em 2022 pelo partido PSOL, e também viajou para o Líbano em setembro de 2024 para participar do velório de Hassan Nasrallah, o líder do grupo terrorista Herzbollah.

Thiago Ávila e Greta sobre o iate MadleenReprodução

 Dois dias antes de a embarcação ser interceptada por Israel, Greta gravou um vídeo alertando que o grupo estava sob ataque de drones – na verdade, drones de observação da Grécia. Instantes antes de serem abordados por soldados israelenses, ela divulgou um outro vídeo, no qual afirmou que estava sendo sequestrada por Israel e pedia que o governo sueco intervisse para garantir sua libertação. Não foi necessário: ela permaneceu em no país apenas o tempo necessário para que fosse aprovado seu processo de deportação, que aconteceu menos de 48 horas após sua chegada.

Os ativistas descreveram a sua iniciativa como missão humanitária. Para Israel, o único objetivo foi propagandístico. Para mim, resta entender qual a relação entre defesa do clima e defesa de um grupo terrorista como o Hamas, que expõe a população palestina a um sofrimento extremo. Na próxima visita, perguntarei isso diretamente para a Greta.

 *Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG

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