Putin tem coragem? Rússia ameaça começar guerra nuclear se Ucrânia tentar retomar territórios

A escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia ganhou novo capítulo nesta segunda-feira, com declarações de um assessor direto do presidente russo, Vladimir Putin. Em entrevista veiculada por veículos estatais da Rússia, Vladimir Medinski alertou que qualquer tentativa de retomada dos territórios atualmente sob controle das tropas russas poderá culminar em um cenário de guerra nuclear. A afirmação foi feita em um contexto de impasse diplomático, quando os dois países ensaiam um diálogo direto para pôr fim a mais de três anos de confrontos.

Pontos Principais:

  • Assessor de Putin diz que retomada de territórios levaria a guerra nuclear.
  • Rússia exige controle permanente de áreas ocupadas e veto à entrada da Ucrânia na Otan.
  • Nova troca de prisioneiros envolve jovens e feridos em ambos os lados.
  • Negociações diretas continuam sem avanços e sem nova data marcada.
  • Ucrânia ataca base russa com drones e destrói dezenas de aviões de guerra.

Medinski, que atua como chefe da delegação russa nas negociações por paz, indicou que a assinatura de um acordo real é a única forma de evitar o agravamento da situação. Sem isso, segundo ele, o conflito poderá se transformar em uma guerra permanente, comparável à instabilidade histórica observada em regiões como o Nagorno-Karabakh. A Rússia insiste que apenas um tratado formal poderá impedir a entrada da Ucrânia na Otan e consolidar sua posse sobre cerca de 20% do território ucraniano atualmente ocupado.

Diante da pressão diplomática, Rússia eleva o tom ao ameaçar guerra nuclear se a Ucrânia tentar retomar territórios ocupados.
Diante da pressão diplomática, Rússia eleva o tom ao ameaçar guerra nuclear se a Ucrânia tentar retomar territórios ocupados.

Ao mesmo tempo, a Ucrânia mantém como condição para qualquer cessar-fogo a devolução das regiões sob domínio russo. Essa diferença de premissas entre os dois lados tem dificultado o avanço das conversas diplomáticas, mesmo após duas rodadas de negociações diretas realizadas no último mês.

Posição russa sobre os territórios ocupados

A Rússia sustenta que os territórios ocupados representam áreas historicamente ligadas a Moscou, e que sua posse é uma garantia de segurança estratégica. Desde o início da guerra, o Kremlin tem imposto como condição irredutível a formalização da soberania russa sobre essas regiões. Esse ponto tem sido reiterado por diversos representantes do alto escalão do governo, inclusive pelo próprio Putin.

Medinski reiterou essa linha de posicionamento ao declarar que, sem reconhecimento formal da posse territorial por parte da Ucrânia, qualquer cessar-fogo será apenas temporário. A visão do Kremlin é de que, com o tempo, o Ocidente estimularia Kiev a tentar retomar as áreas perdidas, o que, na visão da Rússia, seria um gatilho para um conflito nuclear global.

Do ponto de vista russo, a adesão da Ucrânia à Otan ampliaria a ameaça às suas fronteiras e justificaria uma reação militar imediata. As autoridades do país também indicaram que não veem valor em acordos de paz que não incluam garantias legais sobre o status das regiões ocupadas.

Troca de prisioneiros de guerra

Mesmo com a retórica endurecida, Rússia e Ucrânia protagonizaram nesta segunda-feira uma das maiores trocas de prisioneiros desde o início do conflito. A operação incluiu jovens soldados com menos de 25 anos e combatentes gravemente feridos. O processo foi conduzido sob sigilo, com o envolvimento de representantes dos dois governos e apoio de organismos internacionais.

Segundo declaração oficial do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a primeira lista de troca envolveu 640 nomes entregues pela Rússia. A expectativa é que o processo se desenrole em etapas, com a liberação de mais prisioneiros nos próximos dias. Zelensky também afirmou que negociações humanitárias vêm sendo conduzidas de forma contínua, com o objetivo de repatriar todos os militares possíveis.

A troca foi tratada como uma medida emergencial em paralelo às discussões sobre um eventual cessar-fogo. A Ucrânia considera o resgate dos prisioneiros uma prioridade, especialmente diante da dificuldade em alcançar um consenso sobre os termos de um acordo duradouro.

Negociações e operações militares em curso

Apesar das movimentações diplomáticas, o conflito segue ativo nas frentes de batalha. Na última semana, um ataque ucraniano realizado com drones disfarçados em caminhões atingiu instalações militares dentro do território russo. A ofensiva resultou na destruição de 41 aeronaves, segundo informações divulgadas por autoridades de Kiev.

Essa ação foi interpretada como um sinal de que a Ucrânia continua mantendo capacidade ofensiva significativa, mesmo sem apoio formal da Otan. O episódio também reforça o argumento russo de que o conflito está longe de uma solução estável, e que as hostilidades podem se intensificar a qualquer momento.

As conversas entre delegações russas e ucranianas ainda não têm nova data marcada. As duas rodadas anteriores terminaram sem consenso, com cada lado mantendo suas exigências centrais. A Ucrânia insiste na devolução total dos territórios e no direito soberano de se aproximar do Ocidente, enquanto a Rússia impõe o reconhecimento de suas conquistas territoriais e a exclusão da Otan como condições indispensáveis.

Impactos estratégicos e riscos futuros

A fala de Medinski coloca mais tensão sobre as iniciativas de mediação internacional. Países europeus e organizações multilaterais têm insistido em soluções pacíficas, mas enfrentam a rigidez das condições impostas pela Rússia. As ameaças de uso de armamento nuclear acentuam o risco de que o conflito regional assuma proporções globais.

Especialistas em segurança internacional alertam para a possibilidade de que o prolongamento da guerra leve à intensificação do envolvimento indireto de outras potências. Embora nenhum país da Otan tenha se comprometido militarmente com a Ucrânia de forma plena, o fornecimento de armamentos e apoio logístico já constitui uma linha tênue entre auxílio e participação ativa.

O impasse atual mostra que, mesmo com avanços pontuais como a troca de prisioneiros, o núcleo do conflito permanece intacto. A ausência de um acordo formal e a presença constante de ameaças tornam o desfecho do confronto ainda incerto, com o risco crescente de escalada militar.

Fonte: Pbs e G1.

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