PS5 Pro chega ao Brasil com foco em gráficos avançados, mas uso pleno ainda é limitado

O PlayStation 5 Pro desembarcou oficialmente no Brasil em novembro de 2024 com a promessa de redefinir os limites técnicos da atual geração de consoles. Voltado para jogadores exigentes, o modelo digital traz uma combinação de GPU aprimorada, Ray Tracing avançado e a tecnologia PSSR, um sistema de super-resolução baseado em inteligência artificial que visa melhorar a qualidade gráfica sem comprometer o desempenho. Com preço sugerido de R$ 6.999, o console entra no mercado em meio a questionamentos sobre a real vantagem que oferece frente ao modelo padrão.

Pontos Principais:

  • PS5 Pro foi lançado no Brasil em novembro de 2024 por R$ 6.999 na versão digital.
  • Modelo traz Ray Tracing aprimorado, 2 TB de SSD e upscaling por IA com PSSR.
  • Melhorias gráficas dependem do modo utilizado e da otimização dos jogos.
  • Leitor de discos e base vertical são vendidos separadamente, elevando o custo.
  • Falta de jogos totalmente otimizados ainda limita o aproveitamento do novo hardware.

A proposta da Sony com o PS5 Pro gira em torno de entregar uma experiência visual mais refinada. Títulos como Spider-Man 2 e Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão foram alguns dos utilizados para demonstrar as capacidades do novo console. Os reflexos nos prédios, as sombras projetadas de forma dinâmica e os efeitos de iluminação realistas são exemplos das melhorias visuais obtidas com o novo Ray Tracing, agora mais preciso. No entanto, essa sofisticação visual, no modo Fidelidade Pro, limita a taxa de quadros a 30 FPS.

Sony lança PS5 Pro no Brasil com promessa gráfica e restrições técnicas. (Créditos: reprodução Sony)
Sony lança PS5 Pro no Brasil com promessa gráfica e restrições técnicas. (Créditos: reprodução Sony)

A outra via técnica adotada é o uso do PSSR, uma solução da Sony para upscaling de imagem com auxílio de IA. O sistema permite que os jogos rodem em resoluções mais baixas e sejam adaptados para 4K ou até 8K com menor custo de performance. No modo Desempenho Pro, é possível manter os 60 FPS, o que resulta em uma jogabilidade mais fluida. Jogos como Gran Turismo 7 demonstram boa resposta nesse modo, com pistas detalhadas e desempenho constante mesmo em momentos mais exigentes.

O PS5 Pro, porém, não traz alterações visíveis na interface do sistema. O menu, a navegação e os aplicativos seguem o mesmo padrão do modelo original. Em termos de armazenamento, o console oferece 2 TB em SSD, o dobro das versões anteriores. A maior capacidade permite manter mais jogos e atualizações instaladas, algo relevante frente aos títulos AAA que ultrapassam facilmente 150 GB. A velocidade de download na PlayStation Store também teve melhora perceptível, especialmente para usuários com conexões rápidas.

Mesmo com avanços técnicos, a ausência de um leitor de discos na versão padrão do PS5 Pro cria uma barreira para quem possui uma biblioteca física de jogos. O drive é vendido separadamente e custa em média R$ 529, o que eleva ainda mais o custo de entrada para uma experiência completa. Essa decisão da Sony foi criticada por parte da comunidade, que enxerga na estratégia um movimento para forçar a transição para o modelo totalmente digital.

A estrutura física do console segue próxima ao PS5 tradicional, com mudanças sutis no design. Há dois apoios horizontais embutidos, mas a base para uso vertical também é vendida à parte. O recorte com três linhas nas extremidades é o principal diferencial estético do modelo Pro, sem impacto direto no desempenho. Essas escolhas reforçam o direcionamento da Sony para uma abordagem modular, onde o consumidor monta sua experiência conforme o orçamento e as necessidades técnicas.

Durante os testes de desempenho, foi observado que o console, embora potente, ainda depende muito da otimização feita pelos desenvolvedores. Títulos com o selo “PS5 Pro Enhanced” são minoria, mesmo meses após o lançamento. Grande parte dos jogos ainda exige que o jogador escolha entre fidelidade visual ou taxa de quadros. Na prática, a promessa de unificação dos modos gráficos ainda não se concretizou completamente.

Os estúdios da própria Sony também têm adotado cautela. Mesmo lançamentos recentes da empresa não exploram integralmente os recursos do PS5 Pro. Isso alimenta a percepção de que o console, embora tecnicamente avançado, está à frente de seu tempo. O investimento feito pelo consumidor pode não se refletir em ganho prático imediato, especialmente para quem não dispõe de uma televisão 4K com 120 Hz e cabo HDMI 2.1, requisitos quase obrigatórios para aproveitar o novo hardware.

A faixa de preço do console coloca o PS5 Pro como um produto premium, não só pelo valor inicial, mas também pelos acessórios necessários. Entre o console, o leitor de discos, cabos compatíveis e um display adequado, o valor total pode ultrapassar os R$ 7 mil. Isso cria uma barreira de entrada elevada para quem deseja migrar do PS5 padrão ou iniciar na plataforma com o modelo mais recente. A diferença de preço entre os modelos pode chegar a 100%, o que torna a escolha menos óbvia para muitos consumidores.

Apesar de contar com 2 TB de armazenamento e melhorias na eficiência energética, a proposta do PS5 Pro ainda depende fortemente da evolução do ecossistema ao seu redor. O que está em jogo não é apenas o hardware, mas o comprometimento da indústria em adaptar seus lançamentos a essa nova base técnica. Até que isso ocorra de forma consistente, o PS5 Pro permanece como um console de transição, posicionado entre o que a atual geração consegue entregar e o que o futuro dos games poderá exigir.

Com informações de Meups, Canaltech e Tecnoblog.

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