Filha não reconhecida de Putin atua em galeria contra guerra na Ucrânia em Paris

A presença de Elizaveta Krivonogikh em uma galeria de arte parisiense reacendeu debates sobre culpa, identidade e reconciliação em tempos de conflito. Apontada como filha não reconhecida do presidente russo Vladimir Putin, Elizaveta, de 22 anos, passou a integrar a equipe de produção do Studio Albatros e da L Galerie, espaços dedicados à arte engajada contra a guerra na Ucrânia. Sua atuação nesse ambiente, frequentado por refugiados ucranianos e dissidentes russos, vem sendo alvo de reações distintas desde que foi revelada por uma postagem de uma artista exilada.

Pontos Principais:

  • Elizaveta Krivonogikh trabalha em galeria parisiense com foco antiguerra.
  • Ela é apontada como filha não reconhecida de Vladimir Putin.
  • Artistas refugiados expressam desconforto com sua presença no espaço cultural.
  • A jovem atua com produção de vídeos e comunicação com artistas do Leste Europeu.
  • Organização afirma que não há vínculo político nem financiamento russo.

Com nome artístico de Elizaveta Rudnova ou Luiza Rozova, a jovem vive em Paris desde 2024, estudando artes e se afastando publicamente do sobrenome e da trajetória familiar. A confirmação de seu trabalho nos espaços expositivos veio por meio de Dmitry Dolinsky, diretor da associação cultural responsável pelos locais. Ele reconheceu a semelhança física com Putin, mas afirmou que não há provas da paternidade e reforçou que a organização não tem vínculo político, sendo dedicada à promoção cultural e artística.

Elizaveta, de 22 anos, vive em Paris e trabalha em uma galeria com foco em arte crítica à guerra. É associada a Putin, embora nunca tenha reconhecido a relação.
Elizaveta, de 22 anos, vive em Paris e trabalha em uma galeria com foco em arte crítica à guerra. É associada a Putin, embora nunca tenha reconhecido a relação.

Entre os artistas refugiados, a repercussão foi imediata. Nastya Rodionova, russa radicada na França desde 2022, manifestou desconforto com a presença da jovem, citando o impacto simbólico dessa convivência em um espaço voltado justamente para aqueles que fugiram da repressão do governo russo. Ela enfatizou que não responsabiliza filhos pelos atos dos pais, mas questionou a sensibilidade do momento e o choque inevitável que a figura de Elizaveta provoca em muitos frequentadores.

Outros membros do coletivo artístico saíram em defesa da jovem, descrevendo-a como alguém sensível, dedicada e consciente do ambiente em que atua. Destacaram sua postura profissional e afirmaram que ela tem sido um elo importante entre a organização e os artistas, especialmente na área de produção de vídeos e comunicação. Fontes do meio cultural local relatam que Elizaveta se mostra comprometida com os valores da galeria e tem evitado qualquer exposição pública que remeta à sua origem.

A trajetória da jovem ganhou visibilidade em 2020, após investigações apontarem sua conexão com a fortuna de Svetlana Krivonogikh, mãe de Elizaveta e ex-companheira de Putin nos anos 2000. Svetlana foi sancionada pelo Reino Unido em 2023 por laços com o Bank Rossiya, acusado de financiar atividades ligadas à agressão militar russa. Elizaveta, por sua vez, tem se mantido distante de declarações públicas sobre a guerra ou sobre o presidente russo.

Apesar da polêmica, o ambiente da galeria segue em funcionamento com a presença de Elizaveta, mesmo diante de divergências internas. Sacha Vichnevski, outro responsável pela organização, reafirmou que os espaços não recebem financiamento do Kremlin e abrigam artistas do Leste Europeu com obras voltadas contra a guerra. Ele ressaltou o caráter não partidário da iniciativa e a importância da liberdade artística diante do cenário de censura e conflito.

O caso levanta questões profundas sobre o peso da herança familiar em tempos de guerra e o limite entre identidade individual e representações coletivas. Em meio à tensão, a experiência de Elizaveta revela os dilemas enfrentados por quem, mesmo tentando se reinventar em outro país, carrega consigo a sombra de um conflito ainda em curso.

Fonte: Rollingstone e R7.

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