Eslováquia surpreende o País de Gales: onde assistir ao duelo que abalou o amistoso da seleção (09/06)

Com uma atuação que beirou a perfeição, a Eslováquia atropelou o País de Gales por 4 a 0 em amistoso internacional disputado no dia 9 de junho de 2024, em Trnava. A partida, que em teoria deveria ser equilibrada, transformou-se em um monólogo eslovaco, com amplo domínio da posse, marcação implacável e alto índice de precisão nas finalizações. O resultado não só evidenciou o bom momento da equipe da casa, como escancarou as deficiências do time galês, que pouco conseguiu reagir diante da pressão adversária. O placar elástico foi construído com autoridade e inteligência tática, sem dar margem para qualquer tipo de resposta.

O primeiro tempo foi marcado por um jogo físico, com a Eslováquia buscando impor intensidade desde os minutos iniciais. A recompensa veio ainda antes do intervalo, quando Juraj Kucka, um dos líderes técnicos da equipe, acertou um belo chute de fora da área e abriu o marcador. Esse gol funcionou como uma senha para o desabamento da defesa galesa. Apesar de uma tentativa de equilíbrio na posse de bola, os visitantes pecaram nas transições e foram facilmente anulados pela recomposição do meio-campo eslovaco, que se mostrou coeso e bem treinado.

Na etapa complementar, a diferença técnica ficou ainda mais evidente. Boženík, com oportunismo, ampliou aos 56 minutos após boa jogada pela direita. Pouco depois, um lance infeliz de Ethan Ampadu resultou em um gol contra, selando o destino da partida antes mesmo do apito final. A sequência de erros defensivos do País de Gales refletiu a instabilidade de uma equipe em reconstrução, enquanto a Eslováquia demonstrava maturidade competitiva. O quarto gol veio nos acréscimos, com László Bénes aproveitando o cansaço adversário para finalizar com categoria e encerrar a goleada.

Além do resultado em campo, as estatísticas escancararam a superioridade dos donos da casa: foram 14 finalizações, sendo 8 no alvo, contra apenas 8 chutes galeses, dos quais apenas 2 exigiram defesas reais. Na posse, a Eslováquia controlou 59,3% do tempo com a bola, girando com paciência e quebrando as linhas de marcação. A linha defensiva também teve papel fundamental, neutralizando qualquer tentativa de profundidade do ataque britânico. O controle tático e a intensidade nos duelos foram componentes-chave do roteiro vitorioso.

O jogo também teve repercussões além das quatro linhas. O desempenho apático da seleção galesa gerou críticas da imprensa local e culminou na demissão do técnico Rob Page dias depois. A federação galesa entendeu que a sequência de resultados ruins, coroada pela derrota acachapante em Trnava, indicava um esgotamento do projeto técnico. A mudança de comando técnico sinaliza um novo ciclo para os britânicos, que agora precisarão reavaliar conceitos táticos e reposicionar suas lideranças dentro de campo. A falta de intensidade e as falhas individuais cobraram caro.

Do lado eslovaco, o desempenho reforça o discurso de preparação sólida para a Eurocopa. A equipe apresentou não apenas superioridade técnica, mas também organização coletiva. O amistoso serviu como termômetro e trouxe respostas importantes sobre a consistência defensiva e a eficácia ofensiva. A movimentação entre linhas, a compactação do meio-campo e o protagonismo de nomes experientes mostraram que o grupo está em sintonia. A expectativa é que essa performance sirva como base para os próximos desafios, especialmente no calendário competitivo europeu.

A transmissão do confronto foi feita de forma segmentada, com exibição pelo STAR+ para os países da América Latina e pelas emissoras Premier Sports 1 e S4C no Reino Unido. Em parte da Europa, a plataforma DAZN também disponibilizou o jogo ao vivo. A escolha por canais digitais e plataformas on-demand reflete a estratégia atual de ampliar o alcance do futebol de seleções fora dos grandes torneios. Esse tipo de cobertura fortalece o acesso do público a amistosos que, apesar de não valerem pontos, têm peso na avaliação técnica das comissões e na definição de convocações futuras.

Por fim, o duelo em Trnava ficou marcado como mais do que uma simples goleada: foi um reflexo de dois momentos completamente distintos entre as seleções. A Eslováquia vive um ciclo positivo, com jogadores em boa fase e ideias claras de jogo, enquanto o País de Gales enfrenta uma transição delicada, com carência de protagonismo e instabilidade na condução técnica. A diferença no placar foi apenas a tradução numérica de um abismo tático e emocional que se desenhou ao longo dos 90 minutos.

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