Cid diz que omitiu dinheiro de Braga Netto por choque na prisão

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta 2ª feira (9.jun.2025) que omitiu ter recebido dinheiro do general Braga Netto porque estava em “choque” no dia que foi preso. O montante seria para as operações do grupo que teria planejado um golpe de Estado em 2022.

A declaração foi dada durante depoimento à 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), que começou a interrogar os réus do núcleo crucial na ação por tentativa de golpe de Estado. Segundo Cid, o major Rafael Martins de Oliveira lhe pediu recursos para financiar acampamentos em frente aos quartéis. Ele levou a demanda a Braga Netto, que o recomendou buscar ajuda com representantes do PL (Partido Liberal).

Depois da negativa, Cid voltou a Braga Netto. Segundo ele, o general entregou uma quantia em dinheiro no Palácio da Alvorada. “Não sei o valor exato, mas não eram R$ 100 mil. Pelo volume, parecia menos. Ele me entregou no Alvorada”, afirmou. Cid disse que repassou o valor “estava em uma caixa de vinho”.

Questionado sobre a origem do dinheiro, o ex-ajudante de ordens disse acreditar que os recursos vieram de empresários do agronegócio.

O ministro Alexandre de Moraes lembrou que a informação não havia sido citada nos 2 primeiros depoimentos de Cid. Leia abaixo o diálogo:

Moraes: É bom deixar claro que, no 1º depoimento, o senhor não mencionou esse fato. Depois que a Polícia Federal advertiu o juízo e houve o pedido de decretação da sua prisão, o senhor foi informado de que ela poderia ser decretada caso ficasse comprovada alguma omissão. A partir disso, o senhor retificou o depoimento e trouxe esses fatos. Confirma?

Cid: Sim, senhor. Eu não falei isso à Polícia Federal naquele dia porque foi justamente o dia da prisão. Fiquei muito abalado, não consegui reagir nem organizar as ideias para entender o que estava acontecendo. Eu tinha uma ideia formada do que era a situação, e tudo mudou. Pessoas foram presas, amigos meus. Aquilo me abalou. Depois, quando fui falar com o senhor, já tinha conversado com meus advogados, e conseguimos organizar as informações para colocar no papel.

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