Brasileiro é detido por Israel em Gaza; Greta Thunberg também foi capturada 

Não é de hoje que ativistas internacionais desafiam o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza. Embarcações com ajuda humanitária tentam, há anos, romper a barreira naval que cerca o território palestino. Dessa vez, uma das figuras a bordo do veleiro Madleen era o brasileiro Thiago Ávila, que viajava ao lado da sueca Greta Thunberg. Ambos faziam parte da nova expedição da Flotilha da Liberdade, detida no último domingo (9) por forças israelenses no Mar Mediterrâneo.A apreensão do barco, que levava 12 ativistas de diversos países, além de medicamentos e suprimentos, foi confirmada por publicações nas redes sociais da missão e por familiares dos tripulantes. A embarcação estava a cerca de 160 milhas náuticas (aproximadamente 300 km) de Gaza quando foi interceptada. A chegada à costa palestina estava prevista para esta segunda-feira (10).CONTEÚDO RELACIONADOIsrael diz que impedirá entrada de barco com Greta e brasileiroEUA: Guarda Nacional chega a Los Angeles a mando de TrumpAvião com pelo menos 16 pessoas cai nos EUA”Se você está assistindo a este vídeo, significa que fui detido ou sequestrado por Israel ou outra força cúmplice no Mediterrâneo”, disse Ávila em um vídeo previamente gravado e divulgado nas redes do Instituto Brasil-Palestina. A gravação foi preparada como medida de precaução caso a missão fosse interrompida.Quer mais notícias internacionais? Acesse o canal do DOL no WhatsApp.Lara, esposa de Thiago, também relatou ter recebido informações diretas sobre a ação militar. “[Eles disseram que] estavam sendo atacados pelo exército israelense e o exército estava subindo no barco”, afirmou.
Ver esta publicação no Instagram Uma publicação partilhada por Thiago Ávila (@thiagoavilabrasil)VERSÃO DO GOVERNO DE ISRAELAs autoridades israelenses, por sua vez, reforçaram que não permitiriam a chegada do Madleen à Faixa de Gaza. “Dei instruções ao Exército para impedir a chegada do ‘Madleen’ a Gaza. A Greta, a antissemita, e aos seus companheiros, porta-vozes da propaganda do Hamas, digo claramente: voltem, porque não chegarão a Gaza”, declarou o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz.Em outro comunicado oficial, o ministro argumentou que o bloqueio marítimo tem como principal objetivo impedir o fornecimento de armamentos ao Hamas. “O Estado de Israel não permitirá que ninguém viole o bloqueio marítimo de Gaza”, reiterou.AÇÃO PACÍFICA E HUMANITÁRIAA Flotilha da Liberdade sustenta que sua ação é inteiramente pacífica e humanitária. Segundo os organizadores, a atual missão representa mais uma tentativa de enviar auxílio direto aos mais de 2,3 milhões de palestinos que vivem em situação crítica. O bloqueio israelense, intensificado desde março, tem sido alvo de duras críticas internacionais após restrições de até 78 horas à entrada de insumos básicos em Gaza.”Peço que pressionem meu governo e os governos dos meus companheiros para que sejamos libertados imediatamente. Também os exortamos a romper relações com Israel, a acabar com o genocídio e a levantar o cerco que Israel impôs ao povo palestino”, afirmou Thiago Ávila em outro trecho divulgado pelo Instituto Brasil-Palestina.ATAQUE DE DRONESEssa é a segunda missão da Flotilha da Liberdade neste ano. No mês passado, o barco Conscience foi atacado por drones israelenses na costa de Malta antes mesmo de zarpar. O grupo, fundado em 2008, ganhou notoriedade internacional em 2010, quando o navio Mavi Marmara foi alvo de uma operação militar israelense que resultou na morte de nove ativistas. Desde então, o nome da flotilha se tornou sinônimo de resistência internacional ao bloqueio de Gaza – e também de risco crescente para seus participantes.VEJA O VÍDEO:
Vídeo gravado por Thiago Ávila caso fosse sequestrado pelos sionistas pic.twitter.com/wt5W4jVRtQ— Instituto Brasil-Palestina 🇵🇸 (@Ibraspal) June 9, 2025
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