Quanto custaria um iPhone 3G no Brasil atual? Veja os valores corrigidos até 2025

O primeiro iPhone a desembarcar oficialmente no Brasil não foi o revolucionário modelo original lançado por Steve Jobs em 2007, mas sim o seu sucessor: o iPhone 3G. Em 2008, ele estreou no mercado nacional por meio de acordos com operadoras como Claro e Vivo, com preços que começavam em R$ 899 e podiam chegar a R$ 2.599, dependendo da versão escolhida e dos planos contratados. Era o início da era dos smartphones no país, com consumidores fazendo fila nas lojas e planos de dados ainda engatinhando.

Dezessete anos depois, um exercício de atualização econômica feito com base nos dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), disponível na calculadora oficial do Banco Central, revela que aquele modelo básico do iPhone 3G custaria R$ 2.292 em maio de 2025. Já a versão de 16 GB, mais completa na época, alcançaria o equivalente a R$ 6.626. A comparação oferece uma leitura interessante sobre como o mercado evoluiu — e como o poder de compra do brasileiro acompanhou (ou não) esse salto tecnológico.

Mas há um outro fator igualmente revelador: o preço do aparelho em relação ao salário mínimo. Em 2008, o piso nacional era de R$ 415, o que significa que o iPhone 3G mais simples custava 2,17 vezes o salário mínimo da época. Aplicando esse mesmo fator em 2025, com o salário mínimo em R$ 1.518, o mesmo aparelho custaria, proporcionalmente, R$ 3.294. Já o modelo mais caro saltaria para impressionantes R$ 16.629 — mais de seis vezes o rendimento mínimo atual.

Esse valor proporcional coloca o antigo iPhone 3G lado a lado com os mais modernos smartphones premium de hoje. Com os R$ 6.600 equivalentes à versão topo de linha ajustada pela inflação, por exemplo, seria possível adquirir modelos como o Galaxy S25 Ultra ou o Galaxy Z Fold 6. E mesmo um iPhone 16, da atual geração da Apple, pode ser encontrado em faixas semelhantes — exceto as versões Pro, que ainda ultrapassam esse teto.

É importante observar que essa análise tem caráter comparativo e não leva em conta variáveis decisivas como políticas fiscais, margens de lucro, custos de importação ou estratégias de posicionamento de mercado. Ainda assim, ajuda a ilustrar como os preços e percepções de valor se transformam ao longo de quase duas décadas de avanço tecnológico acelerado.

Olhando para as especificações técnicas do iPhone 3G, o contraste com os padrões atuais é evidente. Equipado com uma tela TFT de 3,5 polegadas com resolução de 480 x 320 pixels, o modelo oferecia apenas 128 MB de RAM, câmeras modestas — sendo a principal de 2 megapixels e nenhuma frontal — e bateria de 1.220 mAh. Hoje, um aparelho com tais configurações mal serviria como um backup de emergência, o que só reforça o impacto da evolução tecnológica desde então.

A história do iPhone 3G no Brasil é marcada pelo simbolismo. Não foi apenas um novo celular à venda nas lojas, mas um marco que alterou a forma como os brasileiros se relacionam com tecnologia, mobilidade e conectividade. Relembrar seu preço, agora ajustado à realidade de 2025, é também revisitar o ponto de partida dessa transformação que moldou o presente digital.

Fonte: Canaltech

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