Por que “Vai Que Cola” acabou? Conflitos internos e desgaste pesaram na decisão da Globo

Após mais de uma década no ar e sucesso no Globoplay, o programa de humor “Vai que Cola” será encerrado em 2026, com a exibição da 14ª e última temporada. A decisão da Globo, que controla o canal Multishow, foi comunicada ao elenco, marcando o fim de um dos formatos humorísticos mais longevos da televisão por assinatura brasileira. A informação veio acompanhada da confirmação de que os episódios finais serão exibidos primeiro no canal fechado e depois reapresentados na TV aberta.

Pontos Principais:

  • Vai que Cola será encerrado em 2026, após 14 temporadas no ar.
  • Crise de bastidores influenciou decisão da Globo pelo encerramento.
  • Elenco foi informado previamente e reagiu com compreensão.
  • Audiência se manteve, mas desgaste criativo pesou na avaliação.

O encerramento ocorre em meio a um ambiente de desgaste criativo e tensão interna que se intensificou ao longo dos últimos anos. Embora o programa ainda registrasse audiência significativa, críticas sobre a falta de renovação nos roteiros e conflitos entre equipe técnica e elenco influenciaram a decisão da emissora. As reprises continuarão na grade do Multishow, sem previsão de serem retiradas.

A Globo anunciou que Vai que Cola não seguirá após 2026. A decisão marca o fim de uma era do humor na TV por assinatura, com exibição final no Multishow.
A Globo anunciou que Vai que Cola não seguirá após 2026. A decisão marca o fim de uma era do humor na TV por assinatura, com exibição final no Multishow.

Criado em 2013, o “Vai que Cola” alcançou projeção com um formato teatral, apresentando cenas gravadas com plateia ao vivo e piadas focadas no cotidiano de personagens caricatos. A atração revelou e consolidou nomes que passaram a ser identificados diretamente com o projeto. Apesar da força da marca, a trajetória recente foi marcada por episódios que afetaram diretamente a reputação da produção.

Crise nos bastidores e impacto na equipe

Um dos momentos mais delicados da história recente do programa ocorreu em 2023, com a saída do roteirista André Gabeh, que expôs publicamente conflitos de bastidores. O autor relatou episódios de assédio moral e contestou a forma como o elenco interferia nos roteiros. A denúncia foi acompanhada por um comunicado assinado por outros roteiristas, que confirmaram a existência de um ambiente de pressão e instabilidade dentro da equipe de criação.

A atriz Cacau Protásio foi a única integrante do elenco a se pronunciar de maneira pública na época. Em sua manifestação, lamentou a falta de apoio institucional e cobrou uma postura mais clara dos colegas e da emissora. Em sua avaliação, a responsabilidade pela demissão do roteirista foi deslocada para o elenco de maneira injusta. A repercussão do caso gerou debates sobre conduta profissional e representatividade no ambiente de produção televisiva.

A Globo, ao tomar conhecimento da crise, optou por manter os envolvidos no projeto e não realizou afastamentos imediatos. A condução do caso gerou reações divergentes, mas a emissora seguiu com a produção das temporadas seguintes, mesmo com o aumento da pressão por mudanças estruturais no modelo do programa.

Decisão estratégica e reavaliação do conteúdo

A decisão de encerrar o programa não foi anunciada como um cancelamento, mas sim como a conclusão de um ciclo. Internamente, a emissora avalia novas possibilidades para a ocupação do espaço na grade, com foco em formatos humorísticos que reflitam outras abordagens narrativas. O objetivo é promover uma renovação na linha de atrações cômicas, em sintonia com a demanda por novos temas e estilos.

O elenco principal foi informado previamente e demonstrou compreensão diante do anúncio. A percepção geral foi de que o projeto já vinha dando sinais de esgotamento. Embora a base de fãs permanecesse ativa, as últimas temporadas não conseguiram repetir o impacto das fases iniciais. A produção, que já foi considerada um pilar do Multishow, encerra sua trajetória com saldo de relevância para a história do canal.

A Globo planeja concluir a gravação da 14ª temporada ao longo de 2025, com a exibição oficial prevista para o ano seguinte. Não há, até o momento, confirmação sobre um especial de despedida ou mudanças no formato tradicional. A estrutura com plateia e cenários fixos será mantida até os últimos episódios.

Legado e perspectiva futura

O “Vai que Cola” teve papel central na construção do perfil de humor do Multishow na última década. Com uma proposta baseada em esquetes encadeadas, o programa se diferenciou por integrar teatro e televisão, algo pouco comum na produção nacional recente. A presença do ator Paulo Gustavo nos primeiros anos da série foi um marco importante na formação da identidade do projeto, que se manteve relevante mesmo após sua saída.

A partir de 2016, o elenco passou por mudanças, mas figuras como Marcus Majella, Samantha Schmütz, Catarina Abdalla e Cacau Protásio permaneceram constantes. Outros nomes como Marcelo Médici, Paulinho Serra e Silvio Guindane também se somaram à equipe ao longo do tempo. A combinação de rostos conhecidos com a estrutura cênica ajudou a sustentar a longevidade da produção.

Mesmo com o encerramento, o modelo de humor adotado pela série permanece como uma referência para futuras produções. A Globo e o Multishow sinalizam interesse em preservar o legado do programa, seja por meio de reprises, seja por projetos derivados. A reavaliação de formatos de comédia segue como uma das prioridades do canal para os próximos ciclos de programação.

Fonte: Google, Globoplay e UOL.

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