Nova IA PHOEBAI acelera estudo de estrelas binárias e pode revolucionar astronomia

No universo de “Star Wars”, o jovem Luke Skywalker cresceu observando dois sóis no céu do fictício planeta Tatooine. Na realidade, os astrônomos também já identificaram diversos sistemas estelares binários — compostos por duas estrelas orbitando entre si — que lembram a icônica cena do filme. No entanto, apesar de conhecidos, esses sistemas ainda representam um enigma técnico e computacional que desafia os cientistas há décadas.

Pontos Principais:

  • PHOEBAI é uma nova IA criada para analisar estrelas binárias.
  • Substitui modelos físicos complexos com resultados em segundos.
  • Permite estudo de até 150.000 sistemas com dados do TESS e Kepler.
  • Equipe da Universidade Villanova lidera o projeto com apoio da NASA.

Esse desafio pode estar próximo do fim. Um grupo de astrofísicos da Universidade Villanova, nos Estados Unidos, liderado por Andrej Prša, desenvolveu a PHOEBAI — uma inteligência artificial que promete acelerar, de forma inédita, o estudo de estrelas gêmeas. A nova tecnologia é uma evolução do modelo físico PHOEBE e funciona como um “emulador” que consegue reproduzir os mesmos resultados com velocidade até um milhão de vezes maior.

IA PHOEBAI permite analisar estrelas binárias em segundos.
IA PHOEBAI permite analisar estrelas binárias em segundos.

Antes da PHOEBAI, o processo para analisar uma única estrela binária eclipsante — aquelas em que uma estrela passa em frente à outra do ponto de vista da Terra — levava ao menos duas semanas de processamento em um supercomputador. Agora, com a nova IA, o mesmo trabalho é feito em minutos ou até segundos, usando apenas um laptop comum.

Segundo Prša, mais de 50% das estrelas similares ou maiores que o Sol fazem parte de sistemas binários ou múltiplos. Entender sua dinâmica é essencial para compreender aspectos fundamentais da astrofísica, como massa, temperatura e evolução estelar. No entanto, diferenciar as luzes emitidas por esses corpos celestes, muitas vezes indistintas a olho nu, sempre foi um gargalo técnico — especialmente quando os corpos se eclipsam.

A inteligência artificial foi treinada para “substituir” o modelo físico anterior, utilizando observações reais para extrair parâmetros fundamentais dessas estrelas com precisão. O projeto está em fase de validação final e deve começar a modelar os dados coletados por telescópios como o TESS e o Kepler, da NASA, ainda neste verão do hemisfério norte.

Os pesquisadores planejam analisar cerca de 150.000 curvas de luz de sistemas binários eclipsantes nos próximos meses. A expectativa é que, com a ajuda da PHOEBAI, o número de sistemas analisados salte das atuais centenas para centenas de milhares, abrindo caminho para novas descobertas astronômicas em grande escala.

O artigo científico com os primeiros resultados foi publicado na revista The Astrophysical Journal. Segundo os autores, os dados serão compartilhados com a comunidade científica e com o público por meio de artigos revisados por pares e divulgados no site do projeto nos próximos meses.

Fonte: Inovacaotecnologica, G1 e Exame.

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