Festa junina no Rio de Janeiro termina em tragédia após ação do Bope no Morro Santo Amaro; jovem morreu

Na noite de sexta-feira, uma operação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) ocorreu durante uma festa junina comunitária no Morro Santo Amaro, na zona sul do Rio de Janeiro. O evento reunia centenas de moradores, incluindo famílias e crianças, quando a ação policial teve início. Herus Guimarães Mendes, de 24 anos, morador da comunidade, foi atingido por disparos e morreu após ser levado em estado grave ao hospital.

Pontos Principais:

  • Herus Guimarães, 24, foi morto com dois tiros durante operação do Bope.
  • Moradores alegam que polícia omitiu socorro e agiu com excesso.
  • Ação aconteceu durante festa junina com cerca de 2 mil pessoas.
  • Corregedoria da PM e comando do Bope abriram investigação.
  • Família afirma que vítima só saiu de casa para comprar lanche.

Segundo relatos de quem estava presente, a abordagem dos policiais foi inesperada e gerou pânico entre os participantes da festa. Muitas pessoas tentaram fugir correndo pelas vielas e becos, o que causou atropelos e deixou outras cinco pessoas feridas. O local estava lotado no momento da ação, com estimativas apontando para mais de duas mil pessoas no espaço, a maioria delas jovens e adolescentes da própria comunidade.

A vítima, que trabalhava como office boy em uma imobiliária e tinha um filho pequeno, estava fora de casa apenas para comprar um lanche, segundo familiares. Imagens que circularam nas redes sociais mostraram Herus caído no chão e sendo socorrido por moradores, que alegam que a polícia omitiu atendimento imediato. Ainda segundo os relatos, os policiais envolvidos na operação não portavam identificação visível em seus uniformes.

Relatos dos moradores

Diversos moradores do Morro Santo Amaro usaram as redes sociais para relatar o que ocorreu durante a ação policial. Em meio à festividade, que era organizada pela própria comunidade, as pessoas foram surpreendidas por uma movimentação intensa vinda das entradas principais e laterais do morro. O clima de festa rapidamente se transformou em caos.

Segundo testemunhas, os agentes chegaram atirando ao avistar pessoas que consideraram suspeitas, o que causou correria. Elias Santos, morador do local, afirma que Herus foi atingido por dois tiros de fuzil no abdome e arrastado até o fim de um beco. Ele também alega que os policiais não permitiram a passagem para socorro imediato da vítima. Durante esse momento, o próprio Elias prestava compressão em outro morador ferido.

Ainda durante a confusão, várias crianças teriam sido pisoteadas. Um dos relatos menciona que muitas delas estavam perdidas e chorando. O ambiente, descrito como tomado pelo medo, registrou cenas de desespero de moradores que tentavam se proteger ou buscar informações sobre seus familiares. Um dos registros feitos por celular questionava a ausência de identificação nas fardas dos agentes.

Justificativa da operação e repercussão

De acordo com a versão da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, a ação teve como objetivo abordar criminosos armados que estariam se organizando para uma possível disputa por território. A corporação afirma que houve confronto e que o procedimento foi gravado por câmeras corporais. A corregedoria da PM iniciou investigação para apurar as circunstâncias da abordagem.

A operação teve grande repercussão nas redes sociais, especialmente após o surgimento dos vídeos que mostravam o estado de Herus logo após os disparos. A família da vítima se manifestou publicamente, confirmando que o jovem morreu após ser encaminhado ao hospital. O pai de Herus declarou que ele era seu único filho e que a família está devastada.

Moradores da comunidade organizaram um protesto em frente à entrada principal do morro. Eles seguravam cartazes pedindo justiça e responsabilização pelas ações da polícia. O primo de Herus também se pronunciou durante a manifestação, afirmando que a vida do jovem foi interrompida de forma abrupta em um momento de confraternização.

Consequências e apuração dos fatos

A corregedoria da PM abriu um processo para investigar o caso, incluindo a análise das imagens das câmeras corporais. O Bope também instaurou um procedimento interno para examinar o desenrolar da operação. A atuação dos policiais, sobretudo quanto à omissão de socorro e à conduta no meio de uma festa comunitária, será avaliada.

O caso gerou manifestações públicas, inclusive de autoridades federais. A ministra da Igualdade Racial utilizou seu perfil nas redes para comentar o episódio, destacando a gravidade de ações policiais durante eventos sociais e a necessidade de garantir a segurança de moradores de favelas em momentos de lazer.

A ação também reabriu debates sobre o uso de força letal em comunidades e o impacto de operações policiais em áreas densamente povoadas. As investigações buscam esclarecer se houve excesso no uso da força e se os procedimentos adotados estavam em conformidade com os protocolos exigidos pela corporação em ações desse tipo.

Fonte: G1 e UOL.

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