Setor aéreo não comporta nova estatal, diz economista

A possibilidade de criação de uma companhia aérea estatal para atender rotas regionais, especialmente no Nordeste, reacendeu críticas sobre o tamanho da máquina pública e a eficiência do Estado brasileiro. A proposta, que surge em meio à saída da Voepass de algumas rotas, é vista com ceticismo por parte do mercado. Para o economista Alex André, a medida é preocupante tanto do ponto de vista fiscal quanto da eficiência operacional. “Não faz sentido financeiro. O setor aéreo é extremamente difícil de operar e, no fim, quem paga é o contribuinte. Não temos orçamento para mais uma estatal“, afirmou em entrevista à BM&C News.

Nova estatal no setor aéreo gera desconfiança no mercado

A avaliação é de que o governo deveria concentrar esforços em serviços essenciais, como saúde e educação, e reduzir sua presença em setores onde a iniciativa privada já atua, ainda que com dificuldades. “O foco deve estar no básico, que ainda está longe de ser bem entregue”, reforça o economista.

Segundo Alex André, a narrativa por trás da possível estatal aérea se agrava ao se considerar a atual situação da companhia Azul. Se a empresa não conseguir avançar em sua reestruturação financeira, especialmente na conversão de dívidas com credores, pode acabar dependendo do governo — o que, segundo o economista, “é tudo o que o mercado não quer ver”.

Setor aéreo sob pressão: riscos e volatilidade continuam

Alex também lembra que, embora não veja risco de quebra iminente da Azul, o cenário atual exige alternativas de financiamento mais saudáveis. “Uma nova emissão lá fora, como fez a Latam ou mesmo a Gol, poderia ser uma saída. O problema é que, enquanto houver essa incerteza, o mercado reage com volatilidade. O risco de um short squeeze nas ações é real, dada a elevada taxa de aluguel”.

O economista finaliza destacando que a criação de uma estatal para operar voos regionais pode parecer uma solução de curto prazo, mas traz consequências de longo prazo para o equilíbrio fiscal e a credibilidade do Brasil. “A última coisa que o investidor quer é ver o governo ampliando sua participação em setores onde já se provou ineficiente.

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