Professor de canto preso por dar ‘chá’ com sêmen para alunas vira réu em processo por violação sexual


Homem de 26 anos foi denunciado 11 vezes pelo crime. Segundo perícia, líquido oferecido por ele para as alunas tinha material seminal e espermatozoides. Frascos apreendidos com professor de canto em Luzimangues
Reprodução/Alessandro Ferreira – Agência Tocantins
Um professor de canto, de 26 anos, virou réu em processo de violação sexual mediante fraude. As informações são do Ministério Público do Tocantins. Ele é acusado de oferecer um suposto ‘chá’ contendo sêmen a alunas, alegando que seria para melhorar as cordas vocais e garganta.
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Ele foi denunciado por uma das alunos e preso no dia 25 de abril deste ano em Luzimangues, distrito de Porto Nacional. As vítimas estranharam o líquido e chamaram a Polícia Militar (PM). A Polícia Civil investigou o caso e concluiu o inquérito, indiciando o suspeito pelo crime.
A Defensoria Pública, que atua na defesa do réu, informou que assumiu o caso porque não foi constituído advogado. Também afirmou que o órgão trabalha ‘para garantir aos seus assistidos um julgamento justo, com respeito à ampla defesa e contraditório’ (veja nota na íntegra no fim da reportagem).
De acordo com o Ministério Público Estadual (MPTO), o professor foi denunciado 11 vezes pelo crime. A promotoria ofereceu a denúncia no dia 20 de maio e a Justiça aceitou, tornando-o réu no caso nesta segunda-feira (26).
Na denúncia é citado que ele conheceu parte das vítimas em uma igreja de Luzimangues, onde também tocava em uma banda. Construiu uma relação de confiança por ser professor de canto das vítimas e, assim, oferecia o chá suspeito.
Além de cometer esse crime, ele também filmava enquanto as vítimas estavam tomando o líquido, sem que elas soubessem. Para fazer isso, ele dizia que estava apenas com a lanterna do aparelho ligada para ‘verificar a eficácia do tratamento vocal, mas na verdade a câmera registrava o momento, informou o MPTO. O próprio professor colocava o líquido na boca das vítimas.
Ainda segundo a denúncia, a vítima que denunciou o professor estava em uma aula de canto e se negou a beber o líquido novamente, já que estranhou a situação em outra ocasião. Quando o homem ofereceu novamente o ‘chá’, ela pediu para um amigo chamar a polícia.
O professor foi preso e potes com líquidos suspeitos foram aprendidos para análise da perícia. O laudo constatou o Antígeno Prostático Específico (PSA), característico pela presença de sêmen, e espermatozoides.
Em depoimento, ele confessou os crimes e informou que o ‘chá’ tinha soro fisiológico, gengibre e seu próprio esperma, segundo o MPTO. O homem continua preso e o caso está tramitando na 2ª Vara Criminal de Porto Nacional.
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HD com vídeos e outros crimes
O acusado foi preso em Luzimangues, distrito de Porto Nacional, e à PM, chegou a confessar o crime. No dia seguinte à prisão, o irmão do professor foi até a Central de Atendimento à Mulher e entregou um aparelho HD externo aos policiais. Segundo o termo de declaração que o g1 teve acesso, o professor aparentemente armazenava os vídeos das alunas ingerindo o suposto ‘chá’ com sêmen no HD.
Na época da prisão, a Polícia Militar e a Justiça apontaram que ele já era investigado por um suposto estupro de vulnerável. Os crimes ocorreram nos anos de 2018 e 2020. Ele foi flagrado se masturbando em um ônibus de transporte coletivo e também é acusado de passar a mão no corpo de uma criança de 10 anos.
Após o caso ganhar repercussão, a família do acusado publicou uma nota de repúdio contra ele nas redes sociais. A declaração foi divulgada na manhã do dia 27 de abril.
Nas redes sociais, o professor publicava vídeos tocando instrumentos musicais e cantando em igreja. Em vídeos publicados pelo suspeito em uma rede social, ele aparece tocando bateria, guitarra e violão, além de cantar com mulheres.
O inquérito foi finalizado e o professor de música foi indiciado pelos crimes no dia 15 de abril deste ano.
Íntegra na nota da Defensoria
A Defensoria Pública do Estado do Tocantins atua na defesa da pessoa citada pela reportagem em razão de ele não ter constituído advogado(a) para seu processo.
A Constituição Federal exige que toda pessoa processada tenha uma defesa técnica e a Defensoria Pública atua para garantir aos seus assistidos um julgamento justo, com respeito à ampla defesa e contraditório.
Entenda como o professor de canto suspeito de dar chá com sêmen a alunas foi preso
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