Sebastião Salgado morreu aos 81 anos: gênio da fotografia que revelou a dor e a beleza do mundo

Sebastião Salgado morreu em Paris aos 81 anos, nesta sexta-feira, 23 de maio de 2025, após enfrentar complicações provocadas por malária. A doença, contraída durante uma de suas jornadas documentais por regiões de floresta tropical, encerra a trajetória de um dos mais influentes fotógrafos do mundo, reconhecido tanto por sua capacidade técnica quanto por seu compromisso com temas humanitários e ambientais.

Pontos Principais:

  • Sebastião Salgado morreu em Paris aos 81 anos após complicações por malária.
  • Fotógrafo mineiro ficou famoso por retratar questões sociais e ambientais.
  • Entre suas obras mais conhecidas estão “Êxodos”, “Trabalhadores” e “Gênesis”.
  • Deixou como legado o Instituto Terra, voltado à recuperação do meio ambiente.

Economista de formação, Salgado iniciou sua carreira na fotografia nos anos 1970, motivado pela necessidade de contar histórias que os números não revelavam. Seu trabalho passou a ganhar visibilidade internacional com ensaios profundos sobre trabalho braçal, fome, êxodo e resistência. Cada imagem era mais que registro: era denúncia e reflexão. Entre suas obras mais marcantes estão os projetos “Trabalhadores”, “Êxodos” e “Gênesis”.

A morte de Sebastião Salgado em Paris encerra uma trajetória que mudou a fotografia mundial. Ele faleceu aos 81 anos após complicações de uma malária.
A morte de Sebastião Salgado em Paris encerra uma trajetória que mudou a fotografia mundial. Ele faleceu aos 81 anos após complicações de uma malária.

Ao longo de décadas, seu estilo inconfundível em preto e branco se tornou uma marca registrada, preferido por seu poder de abstração e foco no essencial. Ao usar o contraste como narrativa, Salgado provocava no público não só admiração estética, mas também empatia por seus personagens, quase sempre invisibilizados pela mídia convencional e pelas políticas de poder.

Seu engajamento se materializou também fora das câmeras. Ao lado da esposa, Lélia Wanick Salgado, criou o Instituto Terra, projeto de recuperação ambiental no Vale do Rio Doce. O instituto, nascido do desejo de restaurar as terras de sua infância, transformou áreas degradadas em floresta nativa, tornando-se referência mundial em reflorestamento e educação ambiental.

Mesmo doente, Salgado permaneceu ativo, envolvido em exposições, livros e ações de preservação ambiental. Seu último trabalho reunia imagens captadas ao longo de anos na Amazônia brasileira, combinando narrativa indígena, ciência climática e arte documental — uma síntese do que representava como autor e cidadão do mundo.

Com reconhecimento em dezenas de países e premiações que incluem o Prêmio Príncipe das Astúrias, a Ordem do Mérito da França e exposições no MoMA e no Louvre, Salgado deixa um espaço difícil de preencher. Seu legado é feito de silêncios densos, olhares fixos, corpos em esforço — imagens que falam alto mesmo sem palavras.

A morte de Sebastião Salgado marca não apenas o fim de uma carreira. É o fechamento de um ciclo em que o fotógrafo foi também cronista visual de um planeta em transição. Suas imagens não buscavam glamourizar o sofrimento, mas sim evidenciar sua origem e urgência, chamando o público à ação com honestidade e sensibilidade.

Fonte: Folha e Terra.

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