Paraíba é o 7ª estado com maior população com deficiência do Brasil; maioria tem dificuldades para enxergar, andar e subir degraus

Do total de 3,87 milhões de pessoas com dois ou mais anos de idade e residentes na Paraíba, 8,6% (334,6 mil) eram pessoas com deficiência, a sétima maior do país e da Região Nordeste. O indicador paraibano ficou igual ao verificado no Nordeste, a região com maior proporção de pessoas com deficiência, mas acima do verificado para o Brasil (7,3%), como mostra o “Censo Demográfico 2022: Pessoas com deficiência e pessoas diagnosticadas com transtorno do espectro autista – Resultados preliminares da amostra”, divulgados nesta sexta-feira (28), pelo IBGE.

Os quesitos sobre pessoas com deficiência fazem parte do Questionário Amostra, ou seja, não são aplicados a toda população brasileira, mas a um conjunto da população selecionado aleatoriamente, a partir de uma metodologia estatística. Considerou-se pessoa com deficiência a pessoa de 2 anos ou mais de idade que respondeu “tem muita dificuldade” ou “tem, não consegue de modo algum” em ao menos um dos domínios funcionais investigados (enxergar, ouvir, andar, funcionamento dos membros superiores e limitações mentais), mesmo utilizando aparelho de auxílio.

Do total de 334,5 mil pessoas com deficiência na Paraíba, 57,5% (192,4 mil) era composto por mulheres, ficando os restantes 42,5% (142,2 mil) constituído por homens. Em termos da participação de cada um desses dois grupos no total da população do mesmo sexo e com dois ou mais anos de idade, constatou-se uma diferença de 2 pontos percentuais (p.p.) a mais para as mulheres (9,6%), em comparação aos homens (7,6%).

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Na Paraíba, 51,7% das pessoas com deficiência se declararam de cor parda

O levantamento indicou que maioria das pessoas com deficiência na Paraíba se identificava como de cor ou raça parda, com aproximadamente 173,1 mil pessoas, seguido pela cor branca, com 124,7 mil pessoas. Mais adiante, vinham as pessoas pretas com deficiência (33,4 mil), indígenas (2,8 mil) e amarelas (509 pessoas).

De acordo com a distribuição percentual da população com e sem deficiência por cor ou raça, em relação à população total de cada um desses dois grupos, observou-se que 51,7% da população com deficiência se declarou parda, enquanto entre as pessoas sem deficiência essa proporção de pardos era de 56,2%, uma diferença de 4,5 pontos percentuais.

Por outro lado, 37,3% da população com deficiência se declarou branca, ao passo que entre a população sem deficiência essa taxa era de 35%, uma diferença de 2 pontos percentuais. Fato semelhante ocorreu com a população preta, mas em diferentes proporções: enquanto 10% da população com deficiência se declarou preta, entre as pessoas sem deficiência essa proporção foi de 8% – uma diferença de 2 pontos percentuais. No caso das populações declaradas com indígenas e amarelas, observou-se que os percentuais eram, em geral, semelhantes e pouco representativos do total geral da população.

Incidência de deficiência é maior nos grupos com 50 anos ou mais de idade

A análise da população paraibana com deficiência por grupos etários revelou que a incidência de deficiências tende a aumentar com o envelhecimento, uma vez que as limitações funcionais se tornam mais frequentes com o avanço da idade. Entre a população com deficiência, 10,2% das pessoas tinham de 15 a 29 anos, enquanto 24,3% das pessoas sem deficiência pertenciam a esse grupo etário, evidenciando uma participação proporcionalmente maior desse último grupo. Entretanto, essa relação se inverte nas faixas etárias mais elevadas. Entre as pessoas com deficiência, 31,2% tinham de 60 a 79 anos, frente a 11,5% entre as pessoas sem deficiência. Já na faixa de 80 anos ou mais de idade, 14,1% das pessoas com deficiência estavam nessa faixa etária, em contraste com apenas 1,5% entre aquelas sem deficiência.

Na Paraíba, as dificuldades mais frequentes eram para enxergar e para andar e subir degraus

O levantamento também constatou que das 334,6 mil pessoas com deficiência na Paraíba, em 2022, a dificuldade funcional mais prevalente foi a de enxergar, mesmo usando óculos ou lentes de contato, atingindo cerca de 178 mil pessoas. Em seguida, aparecia a dificuldade para andar ou subir degraus, mesmo com o uso de prótese ou outro aparelho de auxílio, contabilizando 124,3 mil pessoas. Já os impedimentos relacionados às limitações nas funções mentais — que podem impactar seja na comunicação, como nos cuidados pessoais, trabalho ou estudo, bem como às relacionadas à destreza manual — como pegar pequenos objetos ou abrir e fechar tampas, atingiam 64,4 mil e 63 mil pessoas, respectivamente. A dificuldade funcional para ouvir, mesmo com o uso de aparelhos auditivos, afetava 56,6 mil pessoas. Ressalte-se que os valores somados de cada tipo de dificuldade funcional excedem o valor total, porque algumas pessoas possuem mais de uma dificuldade funcional.

 

 

 

Com informações do IBGE

 

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