Sergey Brin reconhece erros do Google Glass e aposta no Android XR

Sergey Brin é cofundador do Google. Quando ainda estava na liderança da companhia, ele apoiou fortemente os óculos inteligentes Google Glass. No evento Google I/O 2025, Brin reconheceu que cometeu muitos erros com o projeto. Mas a companhia vai tentar de novo, agora via plataforma Android XR.

Durante uma conversa com Demis Hassabis, CEO do do Google DeepMind, e o jornalista Alex Kantrowitz, Sergey Brin declarou: “eu, definitivamente, sinto que cometi muitos erros com o Google Glass, para ser honesto”.

Ele deu a entender que um desses erros estava no design. Refrescando a memória, o Google Glass podia ser implementado sobre óculos “normais”. O que o tornava inteligente era um módulo lateral que abrigava uma câmera, sensores para reconhecimento de toques e um pequeno visor.

Se naquela época (o Google Glass foi apresentado em 2012 e lançado no ano seguinte) esse componente poderia dar um ar de modernidade a quem usava o acessório, hoje, é de se esperar que óculos inteligentes tenham design convencional, mesmo abrigando componentes eletrônicos.

Outro erro apontado por Brin tem relação com o fator custo. O cofundador do Google admitiu que não entendia nada sobre cadeia de suprimentos e, por isso, não conseguiu fazer o Google Glass ter um preço razoável. O dispositivo realmente custava caro: seu preço oficial era de US$ 1.500.

Sergey Brin citou ainda uma “lacuna tecnológica”, dando a entender que a tecnologia que tornaria o Google Glass viável só surgiu ou amadureceu nos anos seguintes ao anúncio do dispositivo.

O vídeo abaixo mostra a proposta que o Google Glass tinha:

Google tenta de novo, agora com o Android XR

O Google Glass fracassou, mas isso não significa que a companhia desistiu desse tipo de dispositivo. O Google anunciou uma parceria com a Warby Parker para lançar óculos inteligentes baseados no Android XR, plataforma voltada a headsets de realidade virtual ou aumentada.

Mas a Warby Parker é apenas um dos parceiros. O Google também já tem acordos com companhias como Samsung, Gentle Monster e Xreal para criar headsets ou óculos inteligentes baseados no Android XR.

Entre os vários recursos que esses dispositivos terão está a integração com o Gemini. De fato, o Google entende que a inteligência artificial é que deve tornar headsets ou óculos inteligentes realmente úteis.

“Agora, no mundo da IA, as coisas que esses óculos podem fazer para ajudar sem te deixar distraído constantemente — essa capacidade é muito maior”, comentou Sergey Brin.

Brin não é apenas um observador dessa nova fase. Ele afirma que deixou a sua aposentadoria de lado e tem comparecido ao Google quase todos os dias para contribuir com as equipes do Gemini. “Qualquer pessoa que seja cientista da computação não deveria estar aposentada agora, mas trabalhando com IA”, completou.

Com informações de CNBC e TechCrunch

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