Justiça dá 20 dias para governo se pronunciar sobre viagens de Janja

A Justiça do DF deu 20 dias para o governo federal se manifestar sobre uma ação que pede explicações sobre os gastos da primeira-dama Janja Lula da Silva em viagens internacionais. A decisão, do domingo (18.mai.2025), foi assinada pelo juiz Leonardo Tavares Silveira.

A ação popular, movida pelo vereador de Curitiba Guilherme Kilter (Novo-PR) e pelo advogado Jeffrey Chiquini da Costa, pedia a suspensão das ordens de pagamento, reembolsos ou diárias referentes às viagens de Janja, além de solicitar o detalhamento das despesas.

A 9ª Vara Federal Cível da SJDF (Seção Judiciária do Distrito Federal), porém, negou os 2 pedidos, argumentando que não estava claro se os autores da ação haviam solicitado anteriormente as informações ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nem se a União tinha se recusado a enviá-las. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Janja tem sido criticada pela oposição pelos gastos em viagens e por suas participações em compromissos, uma vez que não ocupa nenhum cargo oficial no governo.

No início de abril, a AGU (Advocacia Geral da União) publicou uma instrução normativa de caráter obrigatório a respeito da atuação do cônjuge de um presidente da República.

Entre as medidas, o órgão recomenda ações de transparência e não autoriza que o parceiro ou parceira do presidente assuma compromissos formais em nome do Brasil.

Logo depois da instrução, o Palácio do Planalto informou que passaria a divulgar a agenda de Janja em uma área específica no portal da Presidência.

Entre os mais recentes destinos internacionais de Janja estão a Rússia e a China. A primeira-dama viajou antes de Lula para Moscou e, na capital russa, visitou o Kremlin, a convite de Vladimir Putin, o Teatro Bolshoi e participou de um evento em uma universidade.

Na China, uma declaração feita por Janja ao presidente Xi Jinping a respeito dos danos causados pelo TikTok foram alvo de mais críticas. O comentário sobre possíveis danos causados pelo aplicativo de vídeos, feito em reunião particular com o líder chinês, vazou na imprensa, o que irritou Lula.

Como é que essa pergunta chegou à imprensa? Porque estavam só os meus ministros lá, o [presidente do Senado, Davi] Alcolumbre e o Elmar [Nascimento, deputado federal (União Brasil-BA)]. Alguém teve a pachorra de ligar para alguém e contar uma conversa que teve em um jantar, que era uma coisa muito, muito confidencial e muito pessoal. Eu que fiz a pergunta, não foi a Janja […] A pergunta foi minha, e eu não me senti incomodado. O fato de a minha mulher ter pedido a palavra é porque a minha mulher não é cidadã de 2ª classe. Ela entende mais de rede digital do que eu”, afirmou o presidente.


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