Ibovespa fecha em novo recorde e dólar cai a R$ 5,65 após falas de Galípolo e corte de nota dos EUA

O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, 19, renovando máximas históricas e ultrapassando os 140 mil pontos no melhor momento do dia, o que nunca tinha acontecido, em desempenho puxado pela blue chip Itaú e reforçado pela JBS, enquanto Marfrig foi destaque negativo em meio a ajustes após disparar na sexta-feira, 16.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,39%, a 139.730,35 pontos, novo topo de fechamento, de acordo com dados preliminares, tendo marcado 140.203,04 pontos na máxima (novo recorde intradia) e 138.586,77 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somava R$ 19 bilhões antes dos ajustes finais.

Já o dólar à vista recuou ante o real nesta segunda-feira pela segunda sessão consecutiva, à medida que os investidores aproveitaram o pregão mais positivo para divisas de países emergentes no exterior e receberam bem comentários do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, pela manhã.

O dólar à vista fechou em baixa de 0,25%, a R$ 5,6549.

Às 17h16, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,29%, a R$ 5,672 na venda.

O dólar no dia

Os movimentos desta sessão tiveram como pano de fundo as perdas generalizadas do dólar nos mercados globais, onde recuava frente a pares fortes, como o euro e o iene, e pares emergentes, como o peso mexicano e o peso chileno.

De forma geral, os investidores reagiam à decisão da agência Moody’s na sexta-feira de rebaixar a nota de crédito dos Estados Unidos de “Aaa” para “Aa1”, citando preocupações com o aumento da dívida do governo federal e dos juros.

Com a mudança na recomendação de crédito, os agentes financeiros elevaram os prêmios de risco da maior economia do mundo, provocando ganhos nos rendimentos dos Treasuries e perdas do dólar, conforme investidores buscavam desfazer algumas de suas posições compradas nos ativos dos EUA.

“Nós acreditamos que isso (decisão da Moody’s) fornece uma oportunidade para investidores com excesso de dólares, ou para investidores internacionais com exposição desequilibrada a ativos dos EUA, reduzirem sua exposição ao dólar”, disseram analistas do banco UBS em relatório.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,42%, a 100,340.

Mais cedo, o dólar chegou a acumular ganhos no Brasil, refletindo o que parecia ser uma aversão inicial ao risco em reação à decisão da Moody’s. Na máxima do dia, a moeda chegou a R$5,6903 (+0,38%), às 9h42.

Ao longo da manhã, no entanto, o dólar foi gradualmente retornando à estabilidade, à medida que a divisa dos EUA passou a recuar ante outras moedas emergentes no exterior.

A divisa brasileira ainda foi sustentada por falas de Galípolo durante evento do banco Goldman Sachs, em São Paulo, quando defendeu a manutenção da taxa de juros em patamar restritivo por um tempo mais prolongado do que o usual.

Galípolo ainda sinalizou que os membros da autarquia continuam dependentes de dados e que não fornecerão “forward guidance” (orientação futura) no momento.

Investidores calcularam que, com a garantia de juros restritivos por um tempo prolongado, o diferencial de juros entre Brasil e outros países continua favorável para a moeda brasileira, gerando ganhos para o real ao longo da sessão.

As falas ainda teriam indicado comprometimento da autarquia com a perseguição da meta de inflação, um fator positivo para os ativos brasileiros.

Analista ouvido pela Reuters ainda apontou para os ganhos no mercado de ações brasileiro nesta segunda, com o Ibovespa renovando sua máxima histórica de fechamento, o que favorece a entrada de investimentos estrangeiros no país.

Na mínima do dia, o dólar atingiu 5,63215 (-0,65%), às 12h23.

Pela manhã, o BC vendeu toda a oferta de 30.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de junho de 2025.

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