Cidade de Deus: Policial da Core morre baleado em operação contra fábricas de gelo contaminado no RJ

O policial civil José Antônio Lourenço, agente da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), foi morto nesta segunda-feira durante uma operação contra a fabricação e venda de gelo contaminado, na comunidade da Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio. A ação visava fiscalizar irregularidades sanitárias após laudos apontarem presença de coliformes fecais em gelo vendido em praias da Barra da Tijuca e Recreio. Lourenço chegou a ser levado ao Hospital Lourenço Jorge, mas não resistiu aos ferimentos causados por disparos de criminosos que reagiram à operação.

Pontos Principais:

  • José Antônio Lourenço, da Core, morreu baleado durante operação na Cidade de Deus.
  • Operação visava fábricas clandestinas de gelo contaminado com coliformes fecais.
  • Tiroteio levou ao fechamento da Linha Amarela e suspensão de aulas na região.
  • Policial também atuava como consultor e ex-subsecretário de Ordem Pública.

O agente participava da força-tarefa denominada Operação Gelo Podre, que mobilizou a Delegacia do Consumidor (Decon), a Delegacia do Meio Ambiente (DPMA), técnicos da Cedae, fiscais do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Superintendência de Combate aos Crimes Ambientais. A operação foi motivada por análises laboratoriais feitas pela Cedae, que constataram falhas severas no controle de qualidade da água usada nas fábricas investigadas. Segundo os órgãos, os estabelecimentos agiam sem licenciamento e com sérios riscos à saúde pública.

O agente José Antônio Lourenço morreu baleado na cabeça enquanto atuava numa operação da Core na Cidade de Deus. A ação visava fábricas de gelo contaminado.
O agente José Antônio Lourenço morreu baleado na cabeça enquanto atuava numa operação da Core na Cidade de Deus. A ação visava fábricas de gelo contaminado.

O confronto ocorreu enquanto os agentes cumpriam mandados de busca em uma fábrica de gelo localizada na Cidade de Deus. A operação também mirava uma distribuidora na Barra da Tijuca, suspeita de abastecer ilegalmente quiosques e bares na orla carioca. Durante a incursão, criminosos abriram fogo contra a equipe, atingindo Lourenço, que ocupou cargos de destaque como subsecretário de Ordem Pública do Rio entre 2022 e 2023 e era reconhecido por sua atuação na segurança e gestão pública.

O tiroteio na região provocou impactos diretos na rotina da cidade. A Linha Amarela, via expressa fundamental para o trânsito da Zona Oeste, precisou ser fechada ao menos duas vezes por segurança. Imagens de TV mostraram motoristas abandonando veículos e se protegendo dos tiros. O Centro de Operações do Rio emitiu alertas orientando que os motoristas evitassem o trajeto. Ao todo, 19 linhas de ônibus que cruzam a Cidade de Deus tiveram seus itinerários alterados.

A operação também levou à suspensão das aulas no turno da tarde nas escolas da comunidade. A Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria de Estado informaram que unidades foram fechadas por precaução. A tensão na comunidade aumentou após a morte do policial, e novas diligências foram iniciadas para localizar os autores do ataque. A Polícia Civil declarou que trata o caso como uma ação covarde contra um servidor em pleno exercício da função pública.

Lourenço também tinha atuação fora do ambiente policial. Ele era diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Civis e fundou a Evolugis, uma consultoria de gestão empresarial. Em suas redes sociais, costumava destacar a importância da liderança e da gestão de pessoas. A morte do agente gerou manifestações de pesar de autoridades, colegas e da própria Secretaria de Polícia Civil, que divulgou nota oficial destacando o impacto da perda para a corporação.

As ações de fiscalização seguem sendo realizadas para investigar possíveis crimes ambientais, consumo irregular de água, ligações clandestinas de energia e o risco sanitário do produto distribuído ao público. Novas amostras foram recolhidas para perícia, e a Decon reforçou que continuará atuando para garantir que a população não consuma produtos fora dos padrões sanitários. As investigações continuam, e a morte do policial trouxe ainda mais urgência às ações de combate ao comércio ilegal de gelo no Rio.

Fonte: CNN.

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