Thiago Galhardo expõe bastidores do futebol, revela jejum de sexo, brigas, plano social e quer o BBB

Thiago Galhardo concedeu uma entrevista de mais de uma hora que percorre sua trajetória no futebol, decisões pessoais e posicionamentos que o afastam do padrão esperado entre jogadores profissionais. Atuando atualmente pelo Santa Cruz, o atacante não evita temas polêmicos e apresenta visões que vão além do campo, incluindo política, saúde mental e projetos sociais.

Durante a conversa, Galhardo relembra a escolha de abandonar um emprego estável na Petrobras para tentar a carreira no futebol, descreve os sacrifícios feitos para chegar à seleção brasileira e fala abertamente sobre abstinência de sexo e bebida em nome de uma promessa. Além disso, ele revela conflitos com nomes conhecidos do esporte e detalha seu tratamento psiquiátrico.

Com 35 anos, o jogador projeta a aposentadoria em breve, pretende lançar um livro autobiográfico e compartilha sua intenção de participar do Big Brother Brasil. Ainda em atividade, ele afirma que sua motivação atual no Santa Cruz é colaborar com a mudança de vida de pessoas que trabalham nos bastidores do clube.

Origens e mudança de carreira

Thiago Galhardo cresceu em uma família de classe média alta e iniciou a vida profissional com estabilidade ao ingressar na Petrobras por meio de concurso público. Apesar do conforto, abandonou o emprego para perseguir o sonho de ser jogador. Segundo ele, a pressão familiar foi decisiva para a entrada na estatal, mas a paixão pelo futebol falou mais alto.

Durante a entrevista, o atacante narra os primeiros passos no esporte, sua formação como volante e a adaptação a diversas posições. Ele explica que seu entendimento de jogo se desenvolveu pelo hábito de assistir partidas com atenção e estudar atletas. Essa versatilidade o transformou em uma peça útil nos clubes por onde passou.

Galhardo também destaca que sua escolha pela carreira esportiva foi influenciada por um desejo de ajudar os outros. Ao longo da vida profissional, ele se envolveu em ações sociais e traçou planos concretos para continuar esse papel fora dos gramados, como a criação de um instituto voltado ao autismo.

Seleção brasileira e sacrifícios pessoais

A convocação para a seleção brasileira em 2020 marcou um ponto alto da carreira. O jogador contou que abriu mão de prazeres pessoais durante 130 dias como parte de uma promessa feita à avó falecida. Ele optou por abstinência sexual, eliminou bebidas e se concentrou integralmente no futebol.

Galhardo afirma que não quis mais retornar à seleção após a primeira experiência, pois sentia que havia cumprido seu objetivo. Para ele, o momento foi único e deveria ser vivido apenas uma vez. Emocionado ao lembrar da convocação, menciona que o dia do jogo coincidiu com o aniversário de morte da avó, reforçando seu sentimento de missão cumprida.

Segundo o atacante, muitos queriam vê-lo de volta à seleção, mas ignoravam sua própria vontade. Após o ciclo com a equipe nacional, ele passou a refletir mais profundamente sobre o propósito do futebol em sua vida.

Saúde mental e tratamento

Thiago Galhardo revelou que está em tratamento psiquiátrico há mais de três anos. Segundo ele, o futebol perdeu parte do sentido em 2023, o que o levou a buscar acompanhamento. O atacante toma medicação diariamente para lidar com questões emocionais e considera que a psicanálise trouxe benefícios concretos para sua rotina.

Durante a entrevista, ele discorreu sobre momentos difíceis, traumas pessoais e crises que preferiu manter em sigilo. No entanto, antecipou que muitas dessas questões serão abordadas no livro que pretende lançar após a aposentadoria. Ele defende a importância do cuidado com a saúde mental, mesmo sem chegar ao ponto de uma depressão diagnosticada.

O jogador também relata que se emociona com frequência ao lembrar da família, sobretudo da distância imposta pela carreira. Pai de dois filhos, expressa arrependimento por ter perdido momentos marcantes, como o primeiro dia de aula das crianças.

Conflitos e reputação no futebol

Durante a trajetória profissional, Galhardo colecionou desentendimentos com outros atletas e treinadores. Entre os nomes citados estão Taison, Gabigol, Alberto Valentim e Kléber Gladiador. Ele reconhece que o tom das falas em alguns momentos pode ter sido inadequado, mas sustenta que sempre defendeu aquilo que considerava justo.

O atacante critica o comportamento de colegas que evitam se posicionar e prefere manter-se distante de discursos ensaiados por assessorias. Para ele, falta coragem à maioria dos jogadores para expressar opiniões próprias. Essa postura o tornou conhecido por ser direto e o levou a receber o rótulo de “problemático” em alguns clubes.

Apesar das polêmicas, Galhardo afirma que não guarda rancores. Relata episódios em que pediu desculpas e buscou reconciliações, como no caso com Kleber Gladiador. Ele acredita que a sinceridade é mais valiosa do que a omissão e defende que o vestiário deve ser um espaço de verdade.

Projetos sociais e futuro fora dos gramados

Fora de campo, o atacante está envolvido na criação de um instituto voltado para crianças autistas. A estrutura está sendo erguida com recursos próprios em Minas Gerais, e Galhardo afirma estar participando de todas as fases do projeto. Ele exige apenas o comprometimento das famílias atendidas, garantindo que os profissionais envolvidos serão remunerados.

O jogador diz que pretende se afastar do futebol por dois a três anos após a aposentadoria, mas não descarta atuar como comentarista ou trabalhar com gestão esportiva. Ele também sonha em participar do Big Brother Brasil como uma forma de manter sua imagem em evidência após o fim da carreira.

Durante o processo de encerramento da vida como atleta, Galhardo está documentando suas experiências e planeja lançar uma autobiografia. Segundo ele, a obra trará revelações inéditas e deve ser publicada até 2028, dois anos após sua aposentadoria planejada.

Política, posicionamento e consumo midiático

Galhardo se declara um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro e critica a falta de engajamento político entre jogadores de futebol. Ele acredita que o meio esportivo é dominado por discursos apolíticos e desinformados. Afirma que, mesmo sem formação aprofundada, sempre buscou entender o contexto político e econômico do país.

Sobre o relacionamento com a imprensa, Galhardo reconhece que algumas falas repercutem de forma desproporcional. Ele lamenta que suas ações sociais recebam menos destaque do que declarações polêmicas e destaca a importância de saber se comunicar em um ambiente onde qualquer frase pode viralizar.

Fonte: Revistacolorada, Ge e MundoBola.

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