Síndrome de Pica: entenda o que é o transtorno e os perigos

Comer sabão, papel, cabelo ou até terra pode parecer estranho, mas esse comportamento é característico de uma condição psiquiátrica conhecida como Síndrome de Pica, ou alotriofagia. Trata-se de um transtorno alimentar em que a pessoa sente vontade persistente de ingerir substâncias não comestíveis ou sem valor nutricional. O nome vem do pássaro pica-pica, conhecido por engolir objetos diversos.Conteúdo RelacionadoApetite insólito: Conheça a curiosa Síndrome de PicaSíndrome de Pica: saiba se você sofre deste malSegundo a psiquiatra Raíza Alves Pereira, da Holiste Psiquiatria, o transtorno pode ocorrer em qualquer fase da vida, embora seja mais comum na infância. “Cerca de 20% a 30% das crianças entre um e seis anos já apresentaram esse tipo de comportamento”, afirma. No entanto, também pode afetar gestantes, pessoas com deficiência intelectual ou com outros transtornos mentais, como o autismo.
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Muito além da curiosidadeDe acordo com o psiquiatra Alexandre Valverde, experimentar uma substância incomum por curiosidade não caracteriza a síndrome. “É preciso haver repetição ao longo do tempo. Uma prova isolada não configura transtorno”, explica.Entre os gatilhos para o comportamento estão o tédio, a curiosidade e a busca por alívio de tensões internas. Substâncias como terra, cabelo, cera de ouvido, gelo e papel estão entre as mais consumidas, de acordo com estudos realizados na Europa.O diagnóstico geralmente é feito por observação clínica ou após complicações, como casos de intoxicação, obstrução intestinal ou anemia. Isso porque muitos pacientes escondem o comportamento por vergonha ou medo do julgamento.Riscos e tratamentoEmbora não exista um tratamento único e padronizado, abordagens comportamentais combinadas com reforço positivo e controle de estímulos têm se mostrado eficazes.A ingestão inadequada de certos materiais pode levar a consequências sérias. “Anemia, desnutrição, sangramentos e obstruções intestinais são complicações comuns”, alerta Raíza. Em casos graves, pode ser necessário até intervenção cirúrgica.Quer saber mais de curiosidades? Acesse o nosso canal no WhatsAppAlém dos riscos físicos, a síndrome pode gerar sofrimento psicológico e estigmatização social. Por isso, o acompanhamento médico e psicológico é fundamental para evitar agravamentos e melhorar a qualidade de vida do paciente.
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