Inadimplência das empresas brasileiras bate recorde em março


O país atingiu a marca de mais de 7 milhões de empresas inadimplentes – 94% são micro e pequenas empresas. Somando, uma dívida de quase R$ 170 bilhões. Inadimplência das empresas brasileiras bate recorde em março
Reprodução/TV Globo
Problemas com dívidas não são uma exclusividade das pessoas físicas. A inadimplência das empresas brasileiras bateu recorde em março.
O microempresário Vitor Deldébbio Zica, dono de um lava-jato em Belo Horizonte, fez empréstimo para pagar as contas e os salários dos funcionários:
“Pior seria se você não consegue pagar os seus custos e fica devendo com fornecedores, aluguéis, e aí inviabiliza o seu negócio”, diz.
Mas nem todos os empreendedores têm conseguido colocar as contas em dia. Em março de 2025, o país atingiu a marca de mais de 7 milhões de empresas inadimplentes – 94% são micro e pequenas empresas. Somando, uma dívida de quase R$ 170 bilhões. O maior índice de inadimplência registrado desde o início da série histórica, em 2016.
A economista Camila Abdelmalack diz que a taxa de juros alta no país – que atualmente é de 14,75% ao ano – atinge principalmente as empresas de pequeno porte.
“Os micro e pequenos empreendedores acabam sendo mais afetados porque eles têm mais restrição na hora de conseguir um crédito bancário, o que acaba dificultando com que eles negociem, por exemplo, uma extensão de prazo ou alguma outra linha de crédito”, afirma Camila Abdelmalack, economista da Serasa Experian.
A maior parte das empresas negativadas é do setor de serviços, seguidas pelo comércio e indústria. A pesquisa mostra ainda que cada empresa com problemas financeiros no Brasil tem, em média, sete contas em atraso. Os empresários estão tendo mais dificuldade para pagar serviços de água, luz, telefonia e fornecedores. A boa gestão do negócio é fundamental para manter as contas equilibradas, segundo especialistas.
“Conheça e goste minimamente daquilo que você vai abrir. Entenda qual é o valor de investimento que você tem, quanto de valor você precisa, qual vai ser a precificação correta do seu produto para que você já não entre no prejuízo”, diz Débora Souza, analista do Sebrae Minas.
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